No verão da retomada, a quantidade de imóveis para locar no Litoral do Paraná pode não dar conta da alta demanda. Após a temporada de 2021 praticamente não existir, com praias interditadas e bloqueios sanitários por causa da grande quantidade de casos de Covid-19, para 2022 a procura por imóveis não para de aumentar. Isso graças ao avanço da vacinação e também pelo fato de que a partir da semana que vem o pedágio deixa de ser cobrado na BR-277 e em todas as outras rodovias do estado.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
"Podem faltar imóveis para alugar na temporada. A procura está muito grande pela demanda reprimida de lazer que a pandemia causou nas pessoas. Só que do outro lado muitos proprietários preferiram não pôr seus imóveis para alugar nesse verão", explica o delegado-adjunto do Litoral do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Wellington Fernando Ferreira.
Segundo o representante do Creci, a pandemia causou uma mudança na ocupação dos imóveis nas praias. Muitos foram vendidos para pessoas que preferiram morar no Litoral buscando mais qualidade de vida. Além disso, boa parte dos proprietários que não vendeu também está usufruindo mais de sua propriedade, até tendo se mudado de vez para elas. Dessa maneira, sobram menos imóveis para alugar.
"São os dois lados da moeda. Por um lado, com essas pessoas vindo morar na praia a cidade ganha vida na baixa temporada, fora do verão. Por outro, sobra menos unidades para alugar na alta temporada", aponta Ferreira, que a cerca de um mês da estação mais quente do ano já locou 70% da cartela de sua imobiliária, a Eraldo Imóveis, em Matinhos.
Ainda de acordo com o representante do Creci, as imobiliárias já estão recuperando perto de 70% do volume de aluguéis das temporadas pré-pandemia. "Se continuar nesse ritmo, é bem possível que o setor recupere 100% dos aluguéis de antes da pandemia, se tiver imóveis suficientes", aponta.
Sócia-proprietária da HR Imóveis em Matinhos, Adriana Rocha da Silva afirma que após um ano bom de vendas causada pela pandemia, agora será o momento de recuperar os aluguéis. "Vendemos muito mais na pandemia. Foi praticamente o dobro de negociações de antes da Covid-19", afirma a corretora, que diz já ter 85% de sua cartela locada para o verão. "Só que agora para alugar estão faltando unidades", admite.
Para o ano novo, pico do aluguel no Litoral, Adriana acredita que não haverá mais oferta nos próximos dias. "Réveillon sempre falta imóvel para alugar. Mas nesse ano as negociações devem fechar antes do prazo normal por essa procura alta, com poucos imóveis", avalia. "Quem quiser alugar para o ano novo é bom fazer rápido, porque as opções devem acabar logo. Outras datas vão ser mais fáceis", enfatiza Adriana.
Em Guaratuba a correria é a mesma por imóveis. Segundo a gerente da Muraski Imóveis, Gleice Louise, só nas duas últimas semanas procura e acordos de aluguéis cresceram em torno de 40%. "Essa vai ser a temporada da recuperação para o aluguel de imóveis no Litoral. Por isso, quem quer passar a temporada com a família na praia tem que correr, porque conforme o tempo passa a chance de não conseguir um imóvel que desejava, perto da praia, por exemplo, ou até mesmo de não conseguir alugar é grande", afirma Gleice.
Aluguéis na praia devem ser por períodos maiores
Se por um lado faltam imóveis, por outro o mercado já percebeu que a temporada 2022 será marcada por famílias ocupando mais tempo as unidades. Isso, deduz Ferreira, é pela opção de as famílias aproveitarem mais tempo juntas o período de férias após o distanciamento social da Covid-19, mas também porque ainda há incertezas e dificuldades em relação à pandemia para quem quer viajar para outros estados e países.
"A rotatividade nesse verão será menor. O locatário que vinha para ficar dez dias na praia antes da pandemia, agora está fechando contrato para vinte dias", aponta o delegado do Creci.
Gleice cita os casos do ano novo e carnaval. Segundo a corretora, o tempo mínimo que a empresa em que atua alugava para o réveillon era de dez dias e de cinco dias para o carnaval. Agora, a maioria dos contratos são de 15 dias para o ano novo e de sete a dez dias para o carnaval. "As pessoas estão optando por ficar mais tempo no Litoral não só por causa da praia. Nesse ano vão voltar diversas programações em Guaratuba, como shows, bares, restaurantes", enfatiza.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná