Mais uma preocupação de aceleração da pandemia se aproxima do Paraná com a expectativa de deslocamento de uma multidão para as praias no ano novo e na temporada de verão. Como comparação, o réveillon de 2020 levou cerca de 1 milhão de pessoas ao Litoral.
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Apesar da previsão de aglomerações já a partir de dezembro, governo do estado e prefeituras só devem adotar medidas severas - como proibir o acesso às praias e o lockdown - se a situação se agravar muito. Afinal, este é o período mais aguardado na economia local, quando os veranistas movimentam o comércio, hotéis e pousadas.
“Não temos dúvida de que vai ter aumento de casos de Covid na temporada. Por isso os municípios do Litoral estão trabalhando com o governo do estado para evitar não só aglomerações, mas também garantir que todas as medidas preventivas sejam tomadas. Precisamos da conscientização da população”, apela o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (DEM).
Entre março e a primeira quinzena de novembro, Guaratuba proibiu o acesso às praias justamente para evitar a transmissão. Agora, afirma Justus, a situação é outra. “Naquele momento, não queríamos que os turistas trouxessem a doença para não sobrecarregar nosso sistema de saúde. Agora, o sistema já está sobrecarregado não só em Guaratuba, mas em todo o estado”, afirma Justus. Na última segunda-feira (7), por exemplo, o prefeito afirma que a Secretaria Municipal de Saúde de Guaratuba teve de encaminhar um paciente com Covid-19 para Ponta Grossa, a mais de 300 km de distância, por falta de leitos.
Sobre o resultado econômico da temporada que está para chegar, o prefeito de Guaratuba espera que o resultado seja ao menos igual ao do verão passado. "Se mesmo com a pandemia fizermos uma temporada igual à passada já está muito bom", ressalta.
Ações previstas
Os prefeitos das sete cidades do Litoral se reuniram segunda-feira com representantes das secretarias estaduais de Saúde (Sesa) e Segurança Pública (Sesp), além do Ministério Público, para traçar planos para tentar conter a transmissão do coronavírus não só na areia da praia, mas também em supermercados, no comércio e mesmo nas residências, já que é comum diversas famílias e amigos se hospedarem no mesmo imóvel na temporada.
Nos próximos dias, a Sesp vai anunciar a Operação Verão Maior, mas adianta que os quadros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros já estão reforçados com a confirmação de que antes mesmo da temporada a população no Litoral está maior. Em Guaratuba, por exemplo, o prefeito afirma que pela produção de lixo, o número de pessoas na cidade já deve estar cerca de 60% maior, com aproximadamente 60 mil habitantes, sendo o normal 37 mil.
"A partir do início da Operação Verão Maior, o foco do trabalho também será na orientação, fiscalização e conscientização das pessoas sobre as medidas sanitárias, como uso de máscara, distanciamento social e prevenção à aglomeração de pessoas", reforça a Sesp em nota.
O trabalho terá ainda reforço de 150 recreadores da Paraná Esporte, que neste ano atuarão diferente. Como não haverá nenhuma recreação na orla e nos calçadões para evitar aglomerações - como aulas de dança e competições de vôlei e betes -, esses recreadores vão ajudar a dissipar os grupos de pessoas. "Pelo que me passaram na reunião, esses recreadores vão ficar na praia pedindo para o pessoal afastar os guarda-sóis e para usar álcool gel e máscara”, explica Justus.
Já o secretário estadual de Saúde do Paraná, Beto Preto, adiantou à Gazeta do Povo que vai reforçar o quadro de leitos e de profissionais nos hospitais do Litoral no verão. Além disso, a Sesa vai disponibilizar testes gratuitos de Covid-19 em oito postos móveis que vão circular pelas praias.
A Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa) apresentou na reunião um documento de ações que as prefeituras vão adotar no verão, estação em que os casos de dengue também aumentam no Litoral. Segundo Justus, a partir deste documento, cada cidade, com exceção de Paranaguá, vai publicar nos próximos dias seu próprio decreto, mas com as mesmas medidas de prevenção. Uma decisão já tomada pelos municípios, por exemplo, é o cancelamento da queima de fogos de artifício na orla para evitar aglomerações.
A reportagem procurou as assessorias dos prefeitos de Matinhos, Ruy Hauer, e de Pontal do Paraná, Binho, que não responderam a solicitação.
Ministério Público espera pelos planos das prefeituras
O Ministério Público afirma que aguarda receber o plano das prefeituras e do governo do estado para avaliar se as ações de prevenção do coronavírus nas praias serão suficientes no verão.
“Tal planejamento deve considerar o expressivo aumento do contingente populacional daquela região neste período e a limitação da capacidade de atendimento da rede de saúde instalada nos municípios litorâneos”, aponta o MP em nota.
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