Eleito vereador no último dia 15 pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com 5.097 votos, Renato Freitas foi flagrado pichando um toldo do supermercado Carrefour no bairro Parolin, em Curitiba, no final de semana. Uma foto publicada nas redes sociais mostra Freitas com uma latinha de spray na mão escrevendo a palavra “racistas” na cobertura de lona.
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A ação foi denunciada pelo advogado Jeffrey Chiquini em postagem nas redes sociais, nesta segunda-feira (23). Ele criticou Freitas por iniciar sua trajetória “dando péssimo exemplo, vandalizando sua cidade e estimulando atos de vandalismo e violência”.
No fim de semana, um grupo com cerca de 200 pessoas lideradas pelo vereador eleito realizou um protesto pela morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado por seguranças da rede Carrefour em Porto Alegre. Com megafone, Renato Freitas discursou contra o racismo e a desigualdade. Não houve confronto na manifestação.
Ao criticar a atitude de Freitas, o advogado afirmou: “Esse cidadão ganhou publicidade e notoriedade criticando as forças de segurança pública, demonizando e criminalizando agentes policiais. Agora seus discursos fazem sentido. Na fotografia, um crime contra o meio ambiente: Art. 65 da Lei nº 12.408, de 2011: ‘Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano’. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Não se luta por direitos, violando direitos e descumprindo as leis. Como eu já disse: politiqueiros oportunistas, se aproveitam de tragédias para buscar publicidade, dando causa à mais violências e vandalismos. Que a lei seja aplicada a todos!”.
Eleito a vereador em Curitiba, iniciou sua trajetória dando péssimo exemplo, vandalizando sua cidade e estimulando atos...
Publicado por Jeffrey Chiquini em Domingo, 22 de novembro de 2020
Procurado pela reportagem, Renato Freitas disse que a ação do advogado é uma tentativa de prejudicá-lo publicamente como líder de classe que batalha contra o racismo. E enviou a seguinte nota:
“Eu ajudei a organizar as manifestações de ontem e antes de ontem – 20 e 21 de novembro de BOICOTE AO CARREFOUR na loja do Parolin. Somaram nos dois dias mais de 700 pessoas, o mercado fechou as portas, nós fechamos os portões, levamos cartazes e escrevemos frases como “Carrefour Racista” em lugares estratégicos para que todos pudessem ver e parar de naturalizar nossas mortes. Não houve caso algum de violência, nem entre os manifestantes, nem seguranças do mercado e nem com a polícia que chegou depois e respeitou a manifestação legítima. Mas o zé povinho falador que fica aproveitando qualquer brecha para tentar nos tachar como “bandido” já veio com uma foto em que estou escrevendo ‘Racistas’ num toldo velho do Carrefour, e dizendo ‘nossa senhora, sempre soube que esse rapaz não prestava, é um vândalo’. As mesmas pessoas que para não ler o que escrevi, preferem condenar a maneira que escrevi. Esse espanto com cinquenta centímetros de plástico é praticamente inexistente em relação ao assassinato do João. Inclusive fui no Facebook do tal (aparentemente) advogado da Polícia Militar que está se empenhando tanto em tentar me atingir, e vi que ele estava como que querendo agradar seus potenciais clientes, justificando o assassinato por conta das anotações criminais da vítima. Não há crime cometido pelos seguranças, foi legítima defesa, diz o advogado da polícia. Mas no meu caso há crime sim, diz ele em defesa da superfície dos cinquenta centímetros de lona azul do Carrefour. E esse deve ser punido exemplarmente, pois cometido, como disse um dos policiais no post do tal advogado, por um ‘negro cotista’. Racistas otários nos deixem em paz”.
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