O Paraná se destacou com 13 municípios entre os 100 mais competitivos do Brasil no relatório do Centro de Liderança Pública (CLP), pelo ranking de competitividade, que analisa a qualidade dos serviços públicos das cidades do país. O levantamento foi divulgado no último dia 23. Depois de São Paulo (com 49 cidades no top 100), Paraná e Santa Catarina são os estados com mais cidades em destaque (13 cada um).
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A capital paranaense foi a melhor colocada entre as cidades do Paraná, em sexta posição no ranking que destaca as 100 mais competitivas do país. Na lista dos cinco municípios com melhor resultado na dimensão instituições, Curitiba é a quinta colocada (caiu uma posição). Embora a capital tenha conquistado boas posições, recuou em alguns pilares. Em sustentabilidade fiscal caiu 13 posições (37ª colocação) e, em funcionamento da máquina pública, duas posições (5ª colocação). Entre as capitais do país, Curitiba aparece em quarto lugar, atrás de Florianópolis, São Paulo e Porto Alegre.
Curitiba, em outra pesquisa (Índice de Concorrência dos Municípios 2022), havia ficado entre as sete cidades mais competitivas do Brasil. Na época, a prefeitura da capital paranaense afirmou que os resultados obtidos estavam atrelados ao ambiente facilitado na abertura de empreendimento e o tratamento econômico. Na capital, uma empresa pode ser aberta em menos de cinco horas, segundo os dados municipais, tempo menor do que a média brasileira, de 29 horas.
Por conta do desempenho em tempo de abertura de empresas, Curitiba subiu sete posições e ocupa a sétima colocação no ranking mais recente. Porém, em custo da função legislativa ficou em 48º, perdendo 22 posições e, em qualidade da informação contábil e fiscal, obteve seu resultado mais desfavorável, ficando na 98ª colocação.
Para o presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão, a criação do Vale do Pinhão impulsionou a capital em competitividade, o que resulta em uma boa colocação no ranking nacional. “Além disso, a prefeitura tem promovido a competitividade de Curitiba com políticas públicas que reduzem a burocracia e incentivam o desenvolvimento dos negócios na cidade”, pontuou.
Ele acrescentou que, entre as ações, Curitiba ampliou para 606 o número de atividades incluídas na Lei de Liberdade Econômica, que prevê a dispensa de alguns alvarás para atividades de baixo risco, o que de acordo com a administração municipal, facilita o processo.
A Secretaria de Finanças de Curitiba afirmou que o bom desempenho no pilar de funcionamento da máquina pública se deve ao Plano de Recuperação Fiscal. “As medidas nos permitiram retomar o controle do orçamento, com superávit fiscal, transparência e sustentabilidade, colocando as contas do município em ordem e abrindo espaço para a retomada de investimentos na cidade”, destacou o órgão.
“Fortalecemos o empreendedorismo”, diz prefeito de Maringá
O segundo município do Paraná mais bem colocado no ranking é Maringá, na 11ª posição. Na dimensão de instituições ficou em 22° lugar, avançando 99 posições. Em sociedade, 55° lugar, recuo de 34 posições, e em economia, 10° lugar, avanço de três posições.
À reportagem da Gazeta do Povo, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, afirmou que a 11ª posição do município é um resultado do planejamento da cidade. “Fortalecemos o empreendedorismo (…) A desburocratização e o incentivo para a aceleração econômica nos levou ao ranking de 20ª cidade mais empreendedora do Brasil e à 1ª em tempo para abertura de empresas, além de nos tornarmos a 14ª melhor para fazer negócios e a 14ª maior exportadora do Brasil”, destacou.
Maia enumerou projetos que, na análise da gestão municipal, contribuem para que Maringá se desenvolva e atraia investidores, como o Parque de Tecnologia e o Parque Cidade Industrial, o Programa de Desenvolvimento Econômico de Maringá, o Plano de Mobilidade Urbana e a Agência Maringá de Tecnologia e Inovação.
“Ganhamos visibilidade, o que resulta na atração de novos investimentos, contempla a imagem positiva da cidade e da gestão municipal, reflete sobre a excelente qualidade de vida, atrai visitantes, capta talentos, nos torna referência e também deixa toda a população orgulhosa da cidade em que vive”, afirmou o prefeito de Maringá.
Pato Branco e Toledo estão entre os cinco mais bem colocados em acesso à saúde
Pato Branco, no sudoeste paranaense, ficou em segundo lugar, e Toledo, no oeste, em terceiro lugar no índice de acesso à saúde. O município de Pato Branco perdeu a liderança para Lageado (RS), mas avançou e apresenta bom desempenho nos indicadores de cobertura da atenção primária e atendimento pré-natal (primeira colocação em ambos). Contudo, precisa melhorar em cobertura de saúde suplementar, pois recuou 32 posições e está na 133ª colocação.
O município do sudoeste, no ranking geral, ficou em 62° lugar. A secretária de Saúde de Pato Branco, Lilian Brandalise, respondeu que, para avançar na atenção primária de saúde, foi feito um plano de ação para os quatro anos de gestão. “Em Pato Branco é dita a seguinte frase: ‘aqui cuidamos de pessoas’. Na saúde, a Atenção Primária (APS), que é o primeiro nível de atenção do Sistema Único de Saúde e representa a primeiro contato do usuário no sistema, tem sido, pela gestão, uma prioridade”, falou a secretária.
Ela evidenciou ainda ações como ampliação da cobertura de equipes de saúde da família em 100% e das equipes de saúde bucal, além da contratação de médicos, programa saúde na escola, intensificação de campanhas de vacinação e implantação do processo de matriciamento em saúde mental.
Toledo também apresentou bom desempenho nos pilares envolvendo saúde. Em atendimento pré-natal ficou em sexto lugar e, na cobertura vacinal, ocupa agora a 11ª colocação. Ao contrário de Pato Branco, que se destaca em cobertura da atenção primária, Toledo precisa melhorar o desempenho no pilar, pois está em 104° lugar. Já o desempenho em atendimento pré-natal em Toledo pode estar relacionado ao programa “Mãe Dedicada/Pré-Natal 100%”. A cidade ficou na 85ª colocação do ranking geral.
Londrina tem 1ª colocação em transparência municipal
Londrina é a terceira cidade paranaense mais bem colocada no ranking de competitividade (26ª colocação). No pilar de funcionamento de máquina pública perdeu a liderança para Vitória (ES), mas continuou com bom desempenho: em segundo lugar. Em transparência municipal conquistou a primeira colocação e, em qualificação do servidor, ficou em quinto, perdendo uma posição.
Já em tempo de abertura de empresas, Londrina apresentou uma expressiva queda de 53 posições, ocupando a 188ª colocação. "Londrina é uma cidade universitária, com mais de 20 instituições de ensino superior funcionando no município. Este fato faz com que a cidade ofereça mão de obra qualificada para praticamente todos os setores da economia", comentou o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.
Sobre as posições em queda e avanço no ranking nacional, o prefeito acredita ser natural oscilar em alguns momentos. "O mais importante é que a cidade não para de buscar alternativas para que seus processos sejam cada vez mais ágeis e inovadores no atendimento à população de um modo geral e ao empresariado que impulsiona o desenvolvimento econômico da cidade", complementou.
Sobre a transparência municipal, Belinati ressaltou que a prefeitura tem diversos mecanismos para torná-la mais transparente. "Entre eles, a ouvidoria, criada há alguns anos e que hoje é referência nacional. Também implantamos um sistema pelo qual o cidadão pode acompanhar os passos das obras que estão sendo realizadas na cidade, desde o início, o investimento, as medições, o percentual de quanto já andou, prazos aditivos etc", contou.
Outras cidades do Paraná que ficaram entre as top 100 no ranking de competitividade estão Paranavaí (40ª colocação), Pinhais (54ª colocação), Cascavel (55ª colocação), Francisco Beltrão (58ª colocação), Campo Mourão (89ª colocação), Ponta Grossa (96ª colocação), Umuarama (97ª colocação) e Araucária (100ª colocação).
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