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Carli Filho durante audiência de custódia
Carli Filho foi ouvido pela juíza Liliane Graciele Breitwisser, da Vara de Execuções Penais de Guarapuava| Foto: Reprodução

Em audiência de custódia realizada na terça-feira (28) logo após se apresentar à Justiça, o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho afirmou que deseja cumprir pena em Guarapuava, município da região Central do estado onde mora e trabalha.

Ouvido pela juíza Liliane Graciele Breitwisser, da Vara de Execuções Penais da cidade, o ex-deputado pediu ainda o fornecimento de medicamentos dos quais faz uso contínuo. Na audiência, Carli Filho relatou também que se apresentou voluntariamente, sem qualquer restrição de direitos e que teve acesso a uma conversa reservada com seu advogado.

Condenado a 7 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão em regime semiaberto, Carli Filho está custodiado na Penitenciária Industrial de Guarapuava desde a tarde de terça até que seja definida a forma de cumprimento da pena.

Como não há vagas para o regime semiaberto em Guarapuava, a juíza pediu ao Ministério Público (MP) e à defesa do ex-deputado que se manifestem “quanto à harmonização do regime de cumprimento da pena”. A primeira parte a ser intimada foi a 3ª Promotoria de Justiça de Guarapuava, órgão para o qual a juíza deu cinco dias corridos de prazo para manifestação.

Em geral, por falta de vagas, sentenciados ao semiaberto são liberados da necessidade de passar as noites no presídio, sendo monitorados remotamente por tornozeleira eletrônica.

Veja como foi a audiência:

Relembre o caso

Na madrugada de 7 de maio de 2009, o então deputado estadual dirigia embriagado e em alta velocidade no bairro Mossunguê, em Curitiba, quando colidiu com o veículo em que estavam Carlos Murilo de Almeida e Gilmar Rafael Yared, que morreram na hora.

Depois de uma série de adiamentos, o caso foi a júri popular no final de fevereiro de 2018. O ex-deputado foi inicialmente condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por homicídio com dolo eventual. Posteriormente, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná diminuiu a pena para 7 anos, 4 meses e 20 dias, abrindo a possibilidade de cumprimento da sentença em regime semiaberto.

Primeira noite na prisão

Mais de dez anos depois do episódio, Carli Filho passou sua primeira noite na prisão. Segundo o Departamento Penitenciário (Depen), o ex-deputado está em uma cela comum da Penitenciária Industrial de Guarapuava, com banheiro e uma cama de alvenaria, porém isolado dos outros presos por ter diploma de ensino superior. O tratamento que o ex-deputado recebe é o mesmo dos demais detentos.

Inaugurado em 1999, o presídio em que Carli Filho está custodiado foi a primeira penitenciária industrial do Brasil e é destinado a presos do sexo masculino condenados a penas em regime fechado. Projetado com o objetivo de cumprir metas de ressocialização, o estabelecimento mantém áreas nas quais os presos podem trabalhar em troca de salário e remissão de pena.

Em 2014, a Penitenciária Industrial de Guarapuava foi palco de uma rebelião na qual 13 agentes foram feitos reféns. Parte da estrutura física do estabelecimento ficou destruída e o então diretor do presídio, William Daniel de Lima Ribas, acabou pedindo exoneração do cargo.

Com área construída de 7.177,42 m² em um terreno de 35 mil m², a penitenciária dispõe de 120 celas, com capacidade para abrigar até dois presos por unidade. Conta ainda com dois refeitórios, cinco pátios, consultórios médico e odontológico, lavanderia, biblioteca, cozinha, três salas de aula e cinco canteiros de trabalho.

De acordo com o Depen, por estar em período de triagem, por enquanto o ex-parlamentar não tem direito a visitas que não sejam de seus advogados.

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