Após quase um ano desde a suspensão das aulas presenciais, o retorno dos alunos às salas de aula está programado para o início de fevereiro na maior parte das escolas particulares do Paraná. O tempo serviu para as instituições acelerarem o processo de modernização tecnológica e adequarem suas unidades aos novos protocolos de segurança sanitária e para que pais e responsáveis pelos estudantes pudessem se sentir seguros para a retomada das atividades.
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Em outubro do ano passado, quando as escolas foram autorizadas a retomar aulas extracurriculares de forma presencial, a adesão ainda foi baixa, segundo Cláudia Hashimoto, coordenadora do ensino fundamental do Colégio Marista de Maringá, no Noroeste do estado. “Os pais ainda estavam bastante cautelosos”, diz. “Agora em 2021, as famílias já estão bem mais propensas ao retorno presencial.” As aulas na instituição começam no dia 1º de fevereiro, de forma híbrida, com parte dos alunos assistindo as aulas em sala e outra parte, remotamente.
Em junho de 2020, a Gazeta do Povo promoveu uma enquete em que perguntou aos leitores se eram favoráveis ao retorno das atividades escolares presenciais no Paraná em meio ao risco de contágio do novo coronavírus. Na época, 58% dos que responderam eram contrários à volta às salas de aula. Pesquisa feita pelo Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) na mesma época mostrou que 76,4% dos 8,5 mil pais entrevistados preferia continuar recebendo as atividades remotamente, mesmo após o retorno das aulas presenciais, para que pudessem enviar os filhos à escola apenas quando se sentissem mais seguros em relação à pandemia.
Agora, no entanto, o cenário é outro. “Fizemos uma pesquisa com as famílias e 90% delas querem o retorno das aulas presenciais”, conta Sibele Maria Dal Col Guimarães, coordenadora da educação infantil do Marista Paranaense, de Curitiba. “A escola fez muitas ações para transmitir essa segurança, adequando os espaços e disponibilizando informações sobre os nossos protocolos para as famílias poderem acessar.”
Ao longo de 2020, a crise provocada pela pandemia também levou a uma onda de cancelamento de matrículas de alunos, que acabaram migrando para escolas públicas estaduais e municipais. “Houve perda de alunos, mas percebemos que a partir do momento em que houve a liberação para o retorno das aulas presenciais, as famílias estão retornando, o que mostra a confiança na escola”, diz Cláudia.
Com relação aos conteúdos, embora boa parte tenha sido trabalhada ao longo de 2020 de forma remota, as escolas devem retomar matérias do ano passado em 2021. “Trabalharemos como se fosse um biênio escolar”, explica.
Modernização tecnológica e adequação aos protocolos sanitários
Para além das dificuldades que a pandemia trouxe para a administração das escolas, o momento acabou por acelerar a adoção de novas tecnologias no ambiente educacional. “Nossos alunos viajaram para museus do mundo todo, visitaram zoológicos na Ásia, na Europa, ficaram encantados estudando ciências dessa forma”, conta a coordenadora do colégio de Maringá.
O grupo educacional, que conta com oito escolas em cinco regiões no Paraná, criou um departamento específico para cuidar diretamente das medidas necessárias à prevenção à Covid-19. Em maio de 2020 já estava estruturado um protocolo com as diretrizes da rede. As ações incluíram compra de EPIs, sinalização nas salas de aula e demais ambientes escolares sobre distanciamento social e higienização de mãos, dispensadores de álcool em gel, manual destinado às famílias, vídeos informativos, orientações nas entradas e saídas. Houve ainda treinamento de professores e funcionários das unidades.
De acordo com decreto assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) no último dia 20, as escolas particulares já estão autorizadas a retomar as atividades em sala de aula. A condição é cumprir o que estabelece a Resolução 632/2020 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que impõe medida para prevenir a disseminação do novo coronavírus, como a limitação da ocupação dos espaços em 50% da capacidade e o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas. Segundo o Sinepe, 99% das escolas já estão prontas para receber os alunos desde o ano passado.
A educação infantil conta ainda com estratégias específicas para o atendimento aos protocolos sanitários. “Fizemos indicações que chamam a atenção das crianças, como marcas dos pezinhos colocados no chão, adaptações no espaço físico da sala de aula, além de muita conversa, com muito cuidado e de forma acolhedora”, explica Sibele. “Cada família passou por esse momento de uma forma muito diferente, então esse acolhimento precisa ser feito com base nas características e necessidades individuais.”
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