Ensino híbrido, com 50% de aulas remotas e 50% com aulas presenciais (com a opção de somente aulas remotas para quem preferir), turmas divididas em duas com cada grupo fazendo revezamento de 15 dias de aulas presenciais e 15 dias de aulas remotas. Limite de ocupação de 30% da capacidade da sala de aula e distanciamento de dois metros entre as carteiras. A diretora de Planejamento da Secretaria de Estado da Educação, Adriana Kampa, apresentou, nesta quinta-feira, à Frente Parlamentar do Coronavírus na Assembleia Legislativa do Paraná, a base do protocolo estadual para a reabertura das escolas.
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Mais uma vez, a diretora deixou claro que não há previsão de data para a reabertura. “Estamos trabalhando a discussão desta retomada, apesar do momento delicado, pois ainda não há sinal de recuo da pandemia no estado. Não tem como definir quando será a retomada, isso será a Secretaria de Saúde que irá nos indicar, mas já temos que ter a indicação de como será. É uma grande logística que temos que adequar, além da preocupação com a questão pedagógica”, disse.
Além da definição do modelo híbrido, com a permanência das aulas à distância até o final do ano letivo, da limitação do número de estudantes e de como isso será dividido, Kampa contou que o protocolo estabelece, ainda, o escalonamento da entrada e saída dos alunos, a aferição da temperatura em dois momentos distintos do período escolar, a limitação de 50% da capacidade do transporte escolar a desativação dos bebedouros e a obrigatoriedade do uso de máscaras, que devem ser trocadas a cada duas horas, com cada aluno tendo que levar quatro máscaras limpas para um dia de aula.
Para implementar esse protocolo, atendendo aos cerca de 1 milhão de aluno da rede estadual, a Seed pretende adquirir 200 mil litros de álcool 70%, 200 mil litros de álcool gel, 5,1 milhões de máscaras de tecido e 10 mil termômetros. “Além disso, temos 5.126 professores com mais de 60 anos que seriam afastados por estarem no grupo de risco, sem contar os outros fatores de risco, como doenças crônicas e gravidez. Teremos que fazer a substituição temporária destes profissionais. O impacto financeiro disso e de todas as medidas sanitárias é significativo”, explicou, sem detalhar valores.
Na reunião, a secretária de Finanças da APP Sindicato, Walkiria Mazeto, lembrou que a retomada das aulas presenciais colocaria em circulação mais de 2 milhões de pessoas que hoje estão em isolamento domiciliar. “A educação é o único grupo que está, hoje, contribuindo para o isolamento social, por conta das aulas online. Quem vai nos dizer quando voltar é a Secretaria de Saúde, mas o tempo que isso vai levar é o conjunto de políticas públicas que vai definir. A educação depende da saúde. E as decisões de fechar ou não cidades, de controle da pandemia é que vão determinar o tempo da retomada. Estamos construindo um protocolo, do qual a gente tem pouquíssima divergência. Mas a Secretaria de Saúde precisa definir quais são as condições ideais para o retorno”, afirmou, lembrando que os estados que anunciaram o retorno das aulas tiveram que rever suas posições por conta do agravamento da crise sanitária. “O protocolo que estamos seguindo foi construído para países em que a pandemia estava controlada. Esse protocolo não é efetivo na situação em que estamos. E a Sesa precisa nos dizer em que quadro a pandemia é considerada controlada e é seguro voltar”.
A presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, Esther Cristina Pereira, defendeu a reabertura parcial. “Não temos condição de abrir para todo mundo, mas podemos abrir para alguns. Que comecemos pelos pequenos, pois eles não estão sendo atendidos. A aula online não é indicada para eles e as mães que precisam trabalhar estão deixando crianças com vizinhas, que estão cuidando de 10 crianças de famílias diferentes. O risco é muito maior que na escola, que seguirá protocolos e será fiscalizada”, argumentou.
Também durante a reunião da frente, o deputado Requião Filho (MDB) apresentou a defesa de seu projeto de lei que prevê o protocolo sanitário de retorno às aulas. “Queremos regulamentar isso em lei para que seja a mesma regra para escolas públicas e particulares e para que o protocolo não fique a mercê de decretos que depois são revogados ou flexibilizados”, disse o deputado, que propõe, além das regras de transição do protocolo apresentado pela Seed, o limite de 25 alunos por sala de aula, a adaptação do plano pedagógico para nivelar alunos que tiveram condições de aprendizagem diferentes durante as aulas remotas e o abono de faltas para quem não estiver seguro para voltar às aulas.
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