O governo do Paraná deve implantar um projeto-piloto de retomada de aulas presenciais a partir do dia 19 de outubro em colégios de regiões com menores índices de novos casos e de óbitos por Covid-19. A informação é do secretário de estado da Saúde, Beto Preto, que esteve em audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na manhã desta terça-feira (6). Em nota, horas depois, a Secretaria de Educação informou que o retorno deverá acontecer apenas em 2% da rede (composta por 2.132 instituições), com consulta à comunidade escolar e "unicamente em localidades seguras, indicadas pela Secretaria da Saúde, mantendo-se 98% da rede exclusivamente com aulas não presenciais".
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“Devemos bater o martelo nos próximos dias, com a anuência do governador Ratinho Junior”, disse Beto Preto. Segundo ele, o retorno aconteceria de forma escalonada, com rodízio de alunos e respeitando as normas sanitárias definidas na Resolução 632/2020 da Sesa, que define regras de distanciamento social e medidas de higiene, entre outras. Beto Preto deve se reunir ainda nesta terça-feira com o secretário de estado da Educação, Renato Feder, para discutir o assunto.
“O secretário Renato Feder, de maneira muito republicana, sempre se colocou muito preparado para a metodologia de retorno às aulas, esperando uma decisão da área de saúde para a data. Nós estamos chegando perto dessa data, porque a curva de casos está caindo”, afirmou o titular da Saúde.
Em setembro, durante assembleia promovida pela APP-Sindicato, professores e servidores da rede estadual de ensino aprovaram indicativo de greve caso haja retorno às aulas presenciais em 2020.
Na audiência pública, destinada à apresentação dos resultados do segundo quadrimestre de 2020 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Beto Preto destacou ainda que o estado já realizou mais de 700 mil exames do tipo PCR para detecção de coronavírus. O número é o segundo maior do país, atrás apenas do estado de São Paulo.
Diretor geral da Sesa, Nestor Werner Junior, mostrou as ações realizadas pela pasta no enfrentamento à Covid-19 no estado. Segundo ele, os 399 municípios do Paraná receberam apoio técnico e financeiro, com a distribuição de um total de 2.563 equipamentos, como respiradores, monitores e cardioversores, em um investimento de R$ 1.443.861,65. Além disso, foram emitidas 44 notas orientativas pelas áreas técnicas da secretaria e todos os planos de contingência municipais foram avaliados pelos técnicos da pasta.
Até o fechamento do segundo quadrimestre, no dia 31 de agosto, foram distribuídos em todo o estado 427.980 testes rápidos recebidos do Ministério da Saúde; 8 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, toucas, luvas, aventais, óculos de proteção, sapatilhas e face shields, para profissionais de saúde; 140 mil máscaras reutilizáveis para indígenas, quilombolas, população do campo, florestas e águas (ilhéus, faxinalenses, caiçaras, pescadores artesanais), população de rua, migrantes e demais comunidades em situação de vulnerabilidade.
Outras ações incluíram oficinas macrorregionais, plano de ação para controle da Covid-19 entre servidores de penitenciárias e pessoas privadas de liberdade e ampliação da frota de ambulâncias para transporte interinstitucional.
Ao todo foram implantados, até 31 de agosto, 1.101 leitos de UTI adultos e 49 pediátricos, além de 1.563 de enfermaria para adultos e 67 para crianças, exclusivamente para casos de contaminação pelo novo coronavírus. “Em 30 anos, conseguimos estabelecer um total de 1.230 leitos no estado do Paraná”, disse o diretor geral da Sesa. “Em menos de seis meses, fizemos uma rede quase semelhante exclusivamente para o enfrentamento à Covid-19.”
Em termos das diretrizes do Programa Anual de Saúde 2020, alguns objetivos ficaram distantes das metas estabelecidas no início do ano em razão da pandemia do novo coronavírus. O acesso de mulheres a ações de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e colo do útero foi um dos objetivos impactados. Enquanto a meta prevista era atingir uma razão de exames citopatológicos do colo do útero em 0,55 ao ano na população alvo, o índice atingido foi de 0,14.
A razão de mamografias realizadas em mulheres de 50 a 69 anos deveria estar em ao menos 0,39, mas ficou em 0,09. Um dos fatores que contribuiu para os números foi uma nota técnica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que recomendou postergar o rastreamento de câncer para depois da pandemia da Covid-19. Somente em 9 de julho, após análise criteriosa dos riscos e benefícios, a instituição emitiu novo documento recomendando a retomada do procedimento.
O coronavírus impactou também na razão de mortalidade materna, cujo índice por 100 mil nascidos vivos, de 41,08%, ficou acima da meta de 38,06%. Do total de 43 óbitos maternos, seis, ou 14% foram decorrentes de Covid-19. “Isso trouxe um impacto muito grande nessa razão”, disse Werner Júnior.
Outros resultados se mostraram satisfatórios. A taxa de mortalidade infantil no estado do Paraná, por exemplo, caiu de 10,3 para 9,5 – a meta era reduzir para 10,2. Gestações em adolescentes, cuja meta era uma redução para 13,13%, caíram para 11,3%.
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