Richa foi solto por decisão do ministro Gilmar Mendes| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Parana

A investigação envolvendo o ex-governador Beto Richa (PSDB) teve novos – e importantes – capítulos durante o final de semana. O tucano, que foi preso temporariamente pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR) na terça-feira (11), é considerado pelo MP como o chefe de uma organização criminosa que desviou recursos do programa Patrulha do Campo, destinado à conservação de estradas rurais no Paraná.

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Veja o que aconteceu no caso ao longo do final de semana:

1. Richa sai da cadeia e faz discurso

Ainda na sexta-feira (14), o juiz Fernando Fisher determinou que dez dos 15 presos pela Operação Rádio Patrulha passassem para prisão preventiva, ou seja, que ficassem detidos sem prazo para soltura. Entre eles estava o ex-governador. Pouco depois, entretanto, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que todos os investigados pelo Gaeco fossem soltos.

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Com isso, o tucano deixou o Regimento de Polícia Montada, onde estava preso havia quatro dias, na madrugada de sábado. Na saída, ele garantiu aos jornalistas que segue na campanha ao Senado e afirmou que entrou e saiu da prisão como “um homem honrado”. Contestou, ainda, a palavra do delator do esquema, o ex-deputado estadual Tony Garcia.

Em nota na semana passada, o tucano afirmou estar sofrendo com o “julgamento antecipado”, dizendo também que está com a “consciência em paz” e que a verdade irá “se impor”.

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2. MP diz que vai recorrer

Os promotores do MPPR, porém, afirmaram no sábado que estudam um recurso contra a decisão de Gilmar Mendes. Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, afirmou que a decisão foi “proferida por um ministro escolhido em circunstâncias de estratégia altamente duvidosa em termos legais”.

O habeas corpus foi concedido pelo ministro do STF depois que a defesa já havia tido dois pedidos negados, um no Tribunal de Justiça do Paraná e outro no Supremo Tribunal de Justiça.

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3. Atrapalhando as investigações

No final de semana também foi divulgada a informação de que o contador Dirceu Pupo Ferreira, considerado o homem de confiança dos negócios imobiliários da família de Richa, pode ter tentado atrapalhar as investigações do Gaeco. Para isso, Ferreira teria procurado o corretor de imóveis Augusto Albertini com o objetivo de combinar o depoimento que ele daria ao MP. O contador nega as acusações.

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4. Detalhes do depoimento

No sábado, também vieram à tona informações sobre o depoimento do empresário Celso Frare, dono da empresa Ouro Verde, ao Gaeco. Ele confirmou que repassou dinheiro para a campanha de Richa em 2014 e afirmou ter um “compromisso moral” com o ex-governador. Um pouco antes, na sexta-feira (14), os advogados de Frare pediram para que seja aberta uma conta para o depósito de R$ 917 mil, que seriam fruto do esquema.

5. Tony Garcia fala sobre delação

No domingo (16), por fim, Tony Garcia – delator que forneceu informações importantes para o desenrolar das investigações da Rádio Patrulha – deu uma entrevista aos jornalistas da Gazeta do Povo. Ao longo de duas horas, ele detalhou o suposto esquema e as provas que entregou ao MP. Veja a íntegra aqui.

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