A prefeitura de Curitiba vem tentando, desde o ano passado, turbinar o caixa da Urbs (Urbanização de Curitiba S/A). As últimas medidas do pacote de socorro foram enviadas em forma de projeto de lei para a Câmara de Vereadores em abril. Uma delas destina para a Urbs o valor recebido pela prefeitura para a construção de uma passarela no Shopping Jardim das Américas – e, além disso, aumenta o valor da outorga. Com isso, os cofres da empresa serão reforçados em R$ 244,7 mil.
Outra medida transfere para a empresa a gestão do Estacionamento Regulamentado (EstaR), que hoje é de atribuição da Secretaria Municipal de Trânsito. De acordo com o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, não há uma previsão de quanto isso deve gerar em recursos extras para a empresa porque o sistema vai passar por modernizações. “O valor vai depender do início da operação do sistema pela Urbs”, afirma.
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Pacote reforçado
Ambas as medidas são apenas as últimas de uma série de propostas implementadas pelo Executivo municipal para socorrer a empresa. No ano passado, a prefeitura comprou R$ 16 milhões em imóveis que não estavam sendo utilizados pela Urbs. O projeto que permitia a aquisição dos três terrenos foi enviado à Câmara de Vereadores depois das medidas de ajuste fiscal, que disponibilizaram os recursos para a compra.
Mais receitas vieram, também, com o aumento da taxa de embarque na rodoferroviária de Curitiba. A medida trouxe mais R$ 53 mil mensais para a empresa.
Reforço mais pesado, porém, veio da fiscalização dos aplicativos de transporte. Em janeiro deste ano, com três meses de regulamentação dos aplicativos, a prefeitura já havia arrecadado R$ 3,6 milhões dos usuários desses serviços.
Saída para o déficit
As medidas vêm socorrer a Urbs em um momento financeiro delicado para a empresa. De acordo com Ogeny Neto, a Urbs tinha um déficit de aproximadamente R$ 2,5 milhões mensais em seu caixa. Além disso, possuía R$ 35 milhões em obrigações de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que não haviam sido pagos.
Outro ponto crítico eram os espaços geridos pela empresa. Neto afirma que mais de cem estavam desocupados, gerando custos com o pagamento de taxas. Com isso, o resultado era de prejuízo para a Urbs.
Para tentar resolver o problema, além da ajuda da prefeitura, a Urbs adotou medidas de corte de custos. A diminuição do número de funcionários foi uma delas: a empresa promoveu, em 2017, um Plano de Demissão Incentivada (PDI) e um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para reduzir seu quadro de empregados.
No total, 193 pessoas, que já estavam aposentadas, aderiram aos planos. “Com isso, reduzimos a folha de pagamento em R$ 1,1 milhão”, diz Neto.
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Outras medidas de redução de custos também entraram no pacote.O horário de funcionamento da sede administrativa, por exemplo, ficou restrito ao período da tarde (das 12h30 às 18h30). “Com essa redução, diminuímos entre 20% e 30% os custos administrativos de manutenção da sede”, afirma Neto.
Além disso, as dívidas da empresa foram parceladas. Assim, o presidente da empresa afirma que, em março, a Urbs “atingiu um ponto de equilíbrio”. “Temos um déficit para mais alguns meses, mas também temos um planejamento para a busca de recursos”, promete.
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