Depois de enfrentar cerca de quatro horas de manifestações em frente ao casamento de sua filha, a deputada estadual Maria Victoria (PP), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou, ainda no início da festa no Palácio Garibaldi, que os extremismos têm sido a tônica da discussão política. “A política é isso mesmo, cada vez temos mais radicalização, posições firmes”, disse em entrevista exclusiva ao colunista Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo.
Na festa, o ministro não fugiu dos assuntos políticos. Barros afirmou que o momento em Brasília é de muita articulação política – o que fez com que o presidente Michel Temer e a esposa, Marcela, não pudessem comparecer ao casamento de Maria Victoria, ainda que tenham sido convidados. Segundo o ministro, “Temer escolheu o reconhecimento, não a popularidade” e com isso vai fazer o que o “Brasil precisa para entrar os eixos, voltar ao crescimento e recuperar os 14 milhões [é o número de pessoas desempregadas no país]”.
Já a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), esposa de Barros e mãe da noiva, também em entrevista a Reinaldo Bessa, evitou a assuntos políticos. “Esta é uma festa familiar, não política”, afirmou.
Segundo ela, a opção pelo casamento no centro histórico de Curitiba – a cerimônia foi realizada na Igreja do Rosário e a festa no Palácio Garibaldi – foi da própria Maria Victoria e representa os laços da família com a região central e com a sociedade Garibaldi, da qual são sócios.
“Somos sócios da sociedade Garibaldi. Apenas somos 70 sócios, que com a mensalidade e a anuidade ajudam a manter este maravilhoso palácio no centro histórico de Curitiba”, contou a vice-governadora.
“Era o sonho dela, porque aqui já foi seu aniversário de 20 anos, aqui já foi o lançamento de sua pré-candidatura como prefeita de Curitiba, porque aqui ela reúne grandes amigos”, afirmou Cida Borghetti.
Polêmica sobre estrutura do local
A primeira polêmica que envolveu a cerimônia realizada na sexta-feira (14), foi justamente a instalação, de uma estrutura que modificou temporariamente a fachada do Palácio Garibaldi. Como o imóvel é Patrimônio histórico do Paraná desde 1988, ainda que o prédio seja de propriedade particular, a instalação da estrutura metálica deveria ter sido precedida por uma autorização do Coordenação do Patrimônio Cultural do Estado. O pedido, entretanto, só foi feito ao órgão depois da montagem da estrutura.
Segundo o diretor cultural da Sociedade Garibaldi, responsável pelo Palácio, Walter Antonio Petruzziello, o prédio não sofreu nenhum dano com a preparação do casamento, que recebeu cerca de 1,2 mil convidados.
“Evidentemente que nós tomamos todos os cuidados para que a estrutura temporária não viesse a causar nenhum dano ao patrimônio artístico e cultural que este palácio representa para a sociedade curitibana. Nós estamos muito tranquilos quanto a isso; tomamos todos os cuidados, talvez um pouco tardiamente, mas foi tudo resolvido”, afirmou.
Petruzziello destacou o fato de o imóvel não ser de propriedade do poder público. “Independente de qualquer coisa, a gente precisa esclarecer que a sociedade Garibaldi é uma entidade privada. Embora [o palácio] seja patrimônio histórico, ela [a sociedade] tem direito de locar os seus espaços”, afirmou.
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