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Na terça-feira (20), a invasão da Câmara por servidores inviabilizou a votação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo prefeito Rafael Greca. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Na terça-feira (20), a invasão da Câmara por servidores inviabilizou a votação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo prefeito Rafael Greca.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Não são só os sindicalistas e os vereadores de oposição que têm criticado fortemente a forma como a prefeitura vem conduzindo o processo de aprovação do pacote de ajuste fiscal. O ostensivo cerco policial na sede da Câmara Municipal e a posterior invasão do prédio pelos servidores municipais ensejaram críticas também de adversários políticos – especialmente os candidatos derrotados por Rafael Greca (PMN) nas eleições municipais de 2016.

Na terça-feira (20), os adversários criticaram o prefeito em postagens nas redes sociais, da tribuna da Assembleia Legislativa e até de cima do caminhão de som utilizado pelos servidores municipais no protesto em frente à Câmara de Vereadores.

EDITORIAL: A força bruta se impõe novamente

Principais adversários

O deputado estadual Ney Leprevost (PSD) – que disputou o segundo turno das eleições municipais com Greca – disse que, no lugar do prefeito, tomaria outras medidas para sanear as contas municipais.

“Esse pacotaço só é bom para ele [Greca] e seus comissionados. Eu quero dizer aqui, em público, que o partido que eu presido aqui em Curitiba, o PSD, fechou questão contra o pacotaço”, disse Leprevost em cima do trio elétrico que puxava a manifestação dos servidores.

Apesar de a legenda ter anunciado oposição às medidas de ajuste, apenas dois dos quatro vereadores do partido anunciaram que votarão contra: Felipe Braga Côrtes e Professor Euler. Bruno Pessuti é favorável ao pacote e o posicionamento do vereador Jairo Marcelino ainda é uma incógnita.

Segundo informações do repórter Getúlio Xavier, da Gazeta do Povo, que acompanhou a manifestação, a presença de Leprevost não foi unanimidade entre os servidores. “Boa parte dos manifestantes aplaudiu e pediu discurso. Ele foi convidado a ir até o carro de som e deve falar em instantes. Outra parte dos presentes grita que ele é oportunista”, registrou.

Já o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) usou sua página de Facebook para condenar a ação da prefeitura. “Triste acompanhar mais um ato de uma gestão que, em apenas seis meses, já perdeu qualquer credibilidade. A conquista a qualquer custo, com promessas mentirosas, cobra seu preço. A sensação é de fim de governo e perda de controle. Uma gestão movida a ódio, vingança e mentiras”, escreveu Fruet em um texto intitulado “A pusilanimidade de Greca”.

Em resposta às críticas, o prefeito Rafael Greca atribui a postura dos adversários à derrota eleitoral. “Qualquer discurso oportunista sempre cai bem para quem foi derrotado nas urnas. São interesses alheios ao bem de Curitiba que estão interferindo neste processo. É uma questão ideológica. O meu antecessor deixou Curitiba cair num buraco, não teve coragem, nem capacidade técnica para enfrentar a crise e agora fica postando o quanto pior, melhor”, afirmou o prefeito.

Outras críticas

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que também compareceu à manifestação em frente à Câmara, fez sua crítica ao pacote de ajuste da tribuna da Assembleia, na sessão plenária realizada na tarde de terça. “Espero que haja um entendimento, uma posição negociada, para evitar novas situações como a registrada neste dia”, disse o petista.

O também deputado Requião Filho (PMDB), outro político derrotado por Greca no ano passado, também não deixou a crise entre a prefeitura e o funcionalismo municipal passar em branco. Em uma rede social, ele escreveu que se solidariza aos servidores municipais contra o pacotaço de Rafael Greca. No texto, Requião disse defender “a liberdade de expressão e manifestação pública, bem como a luta dos trabalhadores pela garantia de seus direitos”.

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