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Ratinho pai e Ratinho filho em recente reunião com o presidente eleito Jair Bolsonaro, em Brasília. | Divulgação/Assessoria Ratinho Junior
Ratinho pai e Ratinho filho em recente reunião com o presidente eleito Jair Bolsonaro, em Brasília.| Foto: Divulgação/Assessoria Ratinho Junior

Na última terça-feira (4), Ratinho Junior (PSD) se reuniu em Brasília com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para tratar de projetos de infraestrutura. Sorridente ao lado dos dois, estava o pai do governador eleito, o apresentador Ratinho. Mas qual é afinal a participação dele na atuação política do filho? Apenas um incentivador? Ou um participante ativo na tomada de decisões?

Graças à fama inicialmente construída como radialista, Ratinho pai se elegeu vereador em Jandaia do Sul, no Norte do estado, por três vezes seguidas, entre 1977 e 1988. Na sequência, foi vereador em Curitiba por um mandato e deputado federal também por um mandato. Desde então, há quase 25 anos, se afastou da vida político-partidária. “Ele gosta de política, mas não gostou de ser deputado. Odiou, se decepcionou muito. Ele sempre gostou ser popular. O rádio levou ele pra política, mas ele acabou descobrindo que gostava de fato da comunicação, não da política”, explicou Ratinho Junior, em entrevista à Gazeta do Povo no início deste ano.

E no que dependesse do pai – e do restante dos familiares −, o filho jamais teria trilhado o mesmo caminho. A preferência era que ele se dedicasse à administração das diversas empresas da família. Ratinho Junior, porém, não seguiu esses conselhos e, em 2002, aos 21 anos, elegeu-se deputado estadual. De lá para cá, foi deputado federal, secretário de Estado e, agora, alçou o voo mais alto e será governador do quinto estado mais rico do país.

Do pai, afirma receber apenas o incentivo para que as decisões políticas deem certo. “Eu converso muito com ele sobre a questão das empresas. Ele tem muito mais espírito comercial do que visão política. Mas ele é um torcedor e obviamente que torce para que eu vá bem o máximo possível”, disse o político à Gazeta do Povo em setembro do ano passado, quando anunciou que seria candidato a governador.

Agora, por meio da assessoria de imprensa, reiterou que o pai não tem qualquer interferência ou participação política na atuação pública dele. Declarou que a relação entre eles é a mesma de outras famílias, com o apoio de pai para filho.

A afirmação é corroborada por pessoas próximas a Ratinho Junior. Segundo eles, o apresentador é apenas um incentivador, sem dar qualquer pitaco no dia a dia da gestão pública do filho. “É óbvio que o governador cresceu muito na carreira graças ao nome do pai, mas hoje ele tem luz própria”, defende um aliado.

Encontro com Bolsonaro

Sobre a presença do apresentador na reunião com Bolsonaro, o próprio Ratinho pai argumentou que esteve em Brasília apenas para dar um abraço no presidente eleito, a quem apoiou abertamente no segundo turno da campanha eleitoral. “Até agora, estou gostando de todas [as escolhas do futuro governo]. Acho que está bem. A maioria técnica. Acho que o Brasil precisa um pouco de técnica e menos política. [...] Eu não dei ideia nenhuma. Vim aqui para dar um abraço no Bolsonaro, meu colega desde 1990. Eu fui deputado junto com ele, nada demais”, disse ao portal UOL.

À noite, no mesmo dia, o apresentador pediu aos telespectadores do programa que apresenta no SBT para que torçam para que Bolsonaro faça um bom governo. “Cada um vota pra quem quer. Mas, depois que passa a campanha e a pessoa está eleita, a gente tem que torcer pra ir bem. Se eles forem bem, é bom pra todo mundo. Tem uma meia dúzia que fica torcendo pra eles irem mal. Mas, quando o governo vai mal, quem mais sofre é o povo pobre. O rico vive bem em qualquer lugar, independe de governo. Quem precisa de governo é o povo mais humilde. Então, vamos torcer pra que o Bolsonaro vá bem, que ele seja um bom presidente. Se for mal, nós estamos aqui pra meter o pau também.”

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