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Nelson Leal Jr. (à esq) junto com Beto Richa (centro) e José Richa Filho, em comemoração pelos 70 anos do DER | Orlando Kissner/ANPr
Nelson Leal Jr. (à esq) junto com Beto Richa (centro) e José Richa Filho, em comemoração pelos 70 anos do DER| Foto: Orlando Kissner/ANPr

O ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Nelson Leal Júnior deixou a carceragem da Polícia Federal na segunda-feira (28). Ele estava preso desde fevereiro, quando foi alvo da 48ª fase da Lava Jato, a Operação Integração, que apura negociações ilegais envolvendo o pedágio no Paraná.

A informação sobre a libertação foi confirmada pela Polícia Federal (PF). A reportagem fez contato com a defesa de Leal Júnior, que afirmou que não se posicionaria sobre o caso. No processo judicial da Integração, aberto para a consulta, não consta o alvará de soltura. Nessas situações, é comum que a libertação tenha sido negociada como parte de um acordo de delação premiada, ainda em sigilo. Leal teria sido libertado mediante uso de tornozeleira eletrônica, segundo informações do Bom Dia Paraná , da RPC.

Mesmo sem nenhuma confirmação de que o ex-presidente do DER tenha decidido colaborar com a investigação, no mês passado veio a público que ele contratou dois advogados que têm histórico em negociações de delação premiada. Tracy Reinaldet chegou a atuar, por exemplo, no acordo fechado pelo doleiro Alberto Youssef. Já Gustavo Sartor recentemente obteve um acordo de colaboração premiada para Maria do Rocio Nascimento, na Operação Carne Fraca.

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Entenda o caso

No início de abril, o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Leal e outras 17 pessoas investigadas na Operação Integração, acusadas pela prática dos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção, estelionato e lavagem de dinheiro. De acordo com o MPF, os denunciados implantaram um esquema de contratações fraudulentas, no âmbito da concessionária de pedágio Econorte, que geravam dinheiro em espécie para pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos e também para enriquecimento dos próprios administradores e funcionários da empresa.

Ainda de acordo com o MPF, ao mesmo tempo em que eram realizados pagamentos a empresas relacionadas a operadores financeiros e agentes públicos, a Econorte foi contemplada com três termos aditivos “extremamente benéficos” aos interesses da concessionária de pedágio, pois garantiram aumentos de tarifa cobrada nos pedágios e supressão da execução de obras contratualmente previstas.

Nelson Leal Júnior é apontado pelo MPF como o principal responsável pelo esquema fraudulento no DER. Os investigadores escrevem que, ao mesmo tempo em que viabilizava os aditivos favoráveis à Econorte, Leal apresentou incremento patrimonial incompatível com seus rendimentos, usando recursos em espécie para aquisição de um apartamento de luxo em Balneário Camboriú (SC) e para depositar em suas contas pessoais. Segundo a acusação, Leal recebeu, entre 2013 e 2016, mais de R$ 2 milhões em depósitos em espécie, sem comprovação de origem, nas contas-correntes que controlava. Todos os citados negam as acusações.

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