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Presidente da Sanepar participou do Paraná Day nesta terça-feira (5) | Assessoria de Comunicação/Sanepar
Presidente da Sanepar participou do Paraná Day nesta terça-feira (5)| Foto: Assessoria de Comunicação/Sanepar

Em evento realizado com investidores nesta terça-feira (5), o presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Claudio Stabile, falou a respeito da possibilidade de antecipar o aumento escalonado na tarifa de água. Segundo ele, a empresa estuda uma proposta em que o reajuste de 25,63%, definido pela Agência Reguladora do Paraná (Agepar) em 2017, seja aplicado completamente em dois ou três anos – e não até 2025, como inicialmente estabelecido.

Na visão dele, a antecipação do aumento seria benéfica também para os consumidores. “Quanto mais tempo você posterga essa dívida, mais cara ela fica – e quem vai pagar essa conta é a população. Queremos agir de forma que os consumidores sejam menos penalizados pelo que não foi feito no passado”, disse Stabile, em entrevista, referindo-se ao período em que a conta de água ficou congelada.

Apesar de admitir a possibilidade de mudar o período estabelecido para o reajuste, o presidente da Sanepar afirmou que não há qualquer definição em relação ao assunto. Segundo ele, a proposta deve ser apresentada à Agepar em março. Depois, em abril, deve ser divulgado o valor do reajuste deste ano para que, em maio, os novos valores comecem a ser praticados.

Valorização das ações

A declaração concedida aos jornalistas foi uma resposta a informações que circularam no mercado financeiro na última sexta-feira (1). O rumor de que o período para a aplicação do reajuste sofreria modificação provocou aumento de 4,72% nas ações da Sanepar. Na visão dos investidores, a medida seria benéfica porque haveria antecipação no fluxo de caixa da companhia.

Ainda na semana passada, porém, o governador Ratinho Junior e a própria Sanepar desmentiram a existência de qualquer acordo com a Agepar nesse sentido. “Eu não sei qual foi o motivo da especulação. Não houve a divulgação oficial de qualquer posição diferente em relação a isso”, afirmou Stabile.

Ele negou, ainda, a existência de planos para a privatização da companhia. “A Sanepar já tem uma mescla de capital. Não consigo enxergar outro modelo”, disse. Além de Stabile, também participaram do chamado Paraná Day o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e os presidentes de outras companhias do estado.

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Relembre o motivo do reajuste

O aumento de 25,63%, escalonado em oito anos, foi definido pela Agepar em 2017. A justificativa para o reajuste é a defasagem provocada pelo congelamento da tarifa de água, realizado entre 2005 e 2010. À época, durante a gestão de Roberto Requião (MDB), o argumento era de que o congelamento beneficiava os consumidores, especialmente os de renda mais baixa.

Segundo a Sanepar, porém, continuar sem reajustar a tarifa prejudicaria o plano de universalização do saneamento, incluindo a possibilidade de que a empresa ficasse inadimplente nos contratos com as prefeituras.

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Por isso, já a partir do primeiro ano da gestão de Beto Richa (PSDB), os valores da conta de água começaram a subir, sempre acima da inflação. Em 2017, a Gazeta do Povo levantou que, em um período de seis anos, o aumento foi de 123,96% – bem acima da inflação do período, que ficou em 47,49%, e também do que corresponderia ao IPCA dos anos em que a tarifa ficou congelada (100,12%). Em 2018, novo reajuste foi aplicado, de 5,12%.

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