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A divisão responsável pela investigação de homicídios em  Curitiba | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo/Arquivo
A divisão responsável pela investigação de homicídios em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo/Arquivo

O Paraná é a oitava unidade da federação com o menor número de mortes violentas registradas em relação à própria população. O estado tem índice de 25,9 crimes letais por grupo de 100 mil habitantes, segundo anuário divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e que leva em conta dados de 2016. Ainda assim, os números são considerados altos: a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica como “epidêmicas” as taxas acima de 10 mortes por 100 mil habitantes.

O levantamento apontou, ainda, um ligeiro aumento no índice de crimes letais registrados em terras paranaenses. O estado registrou 2.914 mortes violentas em 2016: alta de 1,9% em relação ao ano anterior. O número absoluto de mortes é maior que a população de 23 municípios do estado. Ou seja, é como se uma cidade de pequeno porte tivesse sido varrida do mapa em decorrência crimes como homicídio, latrocínio ou mortes em confronto com a polícia.

INFOGRÁFICO:veja o ranking completo por estados e capitais

No topo do ranking, São Paulo aparece com o estado com o menor número de mortes violentas: 11 casos por 100 mil habitantes. Em boa medida, o desempenho é puxado pela queda de 6% no índice, em relação a 2015. O estado da região Sul melhor colocado é Santa Catarina, que aparece em segundo lugar, com taxa de 15 mortes por 100 mil habitantes. Lá, no entanto, a alta é mais acentuada: 4,9%.

As unidades da federação mais violentas em relação à própria população são Sergipe (64 mortes/ 100 mil), Rio Grande do Norte (56,9), Alagoas (55,9) e Pará (50,9). Em todos esses estados, houve avanço acentuado do índice. Em Rio Grande do Norte, por exemplo, a taxa subiu 18% em um ano.

Capitais

O anuário de segurança pública também contempla as capitais e aponta Curitiba como a nona com menor índice de mortes violentas, em relação à própria população. A cidade aparece com taxa de 26,8 casos por 100 mil habitantes: um pouco maior que o índice aferido no Paraná. Em números absolutos, Curitiba registrou 507 crimes letais e um aumento de 3,1%.

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A capital com menos casos proporcionais é São Paulo, com índice de 8,4 mortes violentas por 100 mil habitantes: queda de 15,6% em relação a 2015. Apesar disso, o dado absoluto impressiona: 1.012 paulistanos foram vítimas de morte violenta em 2016. Na outra ponta, Aracaju – capital do Sergipe – figura como a capital mais violenta, com índice de 66,7 mortes por 100 mil pessoas e aumento de mais de 18% dos número de ocorrências.

Análise

Chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Paraná, o delegado Fábio Amaro destaca que Curitiba e o Paraná registram queda do índice ao longo de 2017. Por isso, a próxima edição do estudo – que levará em conta os dados deste ano – deve apontar um quadro ainda mais favorável ao estado e à capital.

“Hoje, em Curitiba, já estamos com 78 homicídios a menos em relação ao mesmo período do ano passado. Devemos terminar o ano com uma queda de 20% [do índice]. São perspectivas extremamente satisfatórias”, disse o delegado.

Entre os fatores que contribuem para este cenário, Amaro destaca a integração entre a rede de segurança – Polícia Civil, Ministério Público, Varas Criminais, Polícia Militar e Guarda Municipal – e a prisão de acusados de assassinatos. “Semana passada, comemoramos a prisão do centésimo homicida só neste ano”, assinalou.

Além disso, ele aponta a importância do disque denúncia, um canal exclusivo por meio do qual a população pode repassar informações anonimamente à DHPP. “Como o atendimento é eletrônico e anônimo, a pessoa se sente confortável. Ela passa a informação, as esquipes checam a veracidade e já saem à caça dos suspeitos”, apontou Amaro. O número do disque denúncia é 0800-643-1121.

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