Em sua primeira aparição pública após a confirmação de que seu nome está na segunda lista do procurador-geral da República, o governador do Paraná Beto Richa (PSDB) evitou falar com a imprensa. O político participou de uma cerimônia de liberação de recursos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) na manhã desta quarta-feira (12).
O evento desta manhã ocorreu em uma sala anexa ao gabinete de Richa no Palácio Iguaçu. Após a solenidade, o governador retornou saiu sem conceder entrevistas à imprensa presente no local. Segundo sua assessoria, Richa não concedeu entrevista porque teve de participar de uma audiência na sequência do encontro que formalizou a liberação de R$ 121,5 milhões do BRDE.
A citação a Beto Richa na chamada “megadelação da Odebrecht” veio de dois delatores diferentes: os ex-executivos da empreiteira Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luís Arruda Lana.
Investigação de políticos apenas começou. Veja o que vem a seguir
Como o sigilo dos depoimentos ainda não foi derrubado, não é possível saber ao certo o que está sendo imputado contra Beto Richa. Mas o governador paranaense aparece em pelo menos dois episódios suspeitos relacionados à Odebrecht.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, autorizou o pedido da PGR para levar o nome de Richa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é o foro adequado para investigar governadores de estado. Agora, cabe ao STJ decidir sobre o que fazer com a citação. No total, Fachin determinou a remessa de outras 200 petições a outras instâncias do Judiciário, referentes a investigados sem prerrogativa de foro no STF. A petição de Beto Richa é a de número 6665.
“Apanhei muito”
Durante o evento desta manhã, Richa discursou para ressaltar aspectos positivos da sua gestão. Ele citou desde a premiação do jornal ‘Financial Times’ ao programa Paraná Competitivo até o fato de o estado não ter ficado sem água e também não ter atrasado salários de servidores, algo que ocorreu em estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Ele não mencionou, porém, que o estado teve de renegociar com servidores as datas de pagamento de progressões e das promoções que estavam previstos para 2016.
“Fiz o ajuste sozinho, quando ninguém imaginava a necessidade e observamos uma deterioração a economia. Hoje a sociedade está cobrando de governadores e prefeitos o ajuste. Hoje, a imprensa está apoiando. Apanhei muito de setores da imprensa, que não entendiam a necessidade de medias duras e impopulares. Mas hoje não tem mais espaço para governos populistas e demagógicos. Temos que administrar o governo como vocês administram suas empresas, como a dona de casa de casa faz com o seu orçamento: não pode gastar mais do que arrecada”, disse Richa durante seu discurso.
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