A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) anunciou, na tarde desta terça-feira (29), que as entidades a ela vinculadas vão deixar a greve dos caminhoneiros, que já dura nove dias. O presidente da CNTA, Diumar Bueno, considera que as reivindicações da categoria foram todas “atendidas amplamente” pelo governo federal. A confederação representa 120 sindicatos de caminhoneiros autônomos em todo o país.
“Entendemos que daqui pra frente só haverá prejuízo aos caminhoneiros de modo que a CTNA e as entidades de sua base pedem a compreensão pelo fim da paralisação”, disse Bueno.
A CNTA disse que vai expedir uma recomendação imediata para que as entidades sindicais orientem os caminhoneiros a sair dos pontos de bloqueio. Apesar disso, Bueno reconheceu que não há garantias de que a determinação vá ser seguida em peso pelos transportadores. Isso por causa da horizontalidade da categoria – outra entidade já havia anunciado o fim da greve.
“Vai depender da sensibilidade de cada um, assim como foi para deflagrar a greve”, observou Bueno. “Garantias, ninguém pode dar. Não existe esse Deus na nossa categoria. É um pedido e uma orientação da Confederação”, completou.
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Endurecimento
A partir do anúncio da CNTA, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Paraná garantiu que vai endurecer as ações de segurança nas rodovias que contêm pontos de bloqueio, principalmente no que diz respeito a garantir a circulação de cargas prioritárias. O superintendente da PRF no estado, Adriano Furtado, destacou que a PRF tem atuado de forma coordenada com a Polícia Militar (PM) e com as Forças Armadas e acrescentou que deve haver o reforço no policiamento nas interdições impostas pelos caminhoneiros.
“Vamos agir na busca de restabelecer a normalidade. A normalidade se estabelece primeiro com diálogo e com exercício da autoridade, quando o diálogo não tem mais resultado”, disse Furtado. “Existe o reforço. Está à nossa disposição. Todas as forças integradas, estão todas empenhadas em restabelecer a ordem”, completou o superintendente que, por questões estratégicas, preferiu não detalhar o aporte no efetivo.
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Furtado destacou que, ao longo desta terça-feira, já houve “ações pontuais, com mais energia” no sentido de restabelecer a ordem - como, por exemplo, em manifestações próximo da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A partir de agora, no entanto, as forças de segurança devem apostar em “ações mais planejadas”.
A PRF destacou que deve proceder com aplicação de multas a caminhões que estiverem em acostamentos de rodovias federais. “Já estamos autuando e retirando esses caminhões”, destacou.
Infiltrados
A CNTA acusou a ação de “infiltrados” entre os caminhoneiros grevistas, que teriam interesses distintos da categoria. Segundo Bueno, seriam essas pessoas quem estariam cometendo excessos nas manifestações - há registros de que caminhões que transportavam cargas prioritárias tenham sido atacadas, mesmo estando identificados com adesivo da Defesa Civil. O sindicalista destacou ainda que caminhoneiros que manifestaram desejo de deixar a mobilização chegaram a sofrer ameaças de “alheios à categoria”.
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O superintendente da PRF acrescentou que deve haver uma ação específica sobre essas “ações oportunistas”. Furtado disse que as forças de segurança vão garantir o direitos dos caminhoneiros de deixar a mobilização. “É possível restabelecer a normalidade de forma imediata. Toda caminhoneiro que desejar sair da manifestação vai ter apoio para que consiga ir pra casa”, resumiu.
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