A governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), determinou o afastamento do tenente-coronel Edmauro de Oliveira Assunção, que comandava o Batalhão da Polícia Militar (PM) de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A medida ocorreu em razão de uma operação deflagrada na manhã de quarta-feira (30), na PR-151, em Castro, na qual policiais da tropa de choque usaram bombas de gás para reprimir caminhoneiros que estavam mobilizados naquele trecho (veja vídeos).
O novo comandante do Batalhão da Polícia Militar de Ponta Grossa será Leonel José Beserra, informou o Palácio Iguaçu na quinta-feira (31).
Em texto publicado em sua conta oficial no Facebook, Cida disse que “infelizmente, houve um conflito entre policiais e manifestantes” e destacou que não autorizou nem compactua com nenhum tipo de violência. A governadora também publicou um vídeo em que declarou que “as forças de segurança estão nas ruas para garantir a segurança dos caminhoneiros e trabalhadores, que estiveram nesse período na manifestação legítima da sua classe, e estão retornando ao trabalho”.
LEIA TAMBÉM: Não se sabe quanto custará a isenção do eixo suspenso. Mas você pode pagar a conta
Cida também informou que determinou à PM a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o coronel, para apurar eventuais responsabilidades e excessos. A nota emitida pelo governo não informa onde o coronel Assunção permanecerá, nem por quanto tempo ele ficará afastado.
Na operação, vídeos mostram a tropa de choque marchando em direção ao local onde os caminhoneiros estavam e, em seguida, disparando contra eles. No local, havia não só motoristas de caminhão, como pessoas que manifestavam apoio à paralisação. Não há informações sobre eventuais feridos na ação.
Reação
Em nota, a Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Paraná (Assofepar) manifestou “irrestrito apoio” a Assunção e a outros policiais que atuaram na liberação da rodovia, além de descontentamento com a decisão da governadora.
Segundo a nota, “houve determinação clara do governo no sentido de que todas as rodovias do estado que se encontravam bloqueadas fossem desobstruídas”.
“No entanto, especificamente na via bloqueada no município de Castro, o Capitão, comandante da Operação, estabeleceu contato com os manifestantes, com todo respeito e polidez, buscando uma solução pacífica por aproximadamente 2 horas, esgotando assim, todas as possibilidades de diálogo com os manifestantes, a maioria dos quais não tinha qualquer relação com os caminhoneiros e suas causas. Somente como último recurso o efetivo de choque foi empregado, agindo em consonância com as normas e técnicas vigentes no plano nacional e internacional, observando rigorosamente o uso seletivo e gradual da força”, diz a associação em nota.
O texto registra ainda que “dois militares estaduais foram feridos por manifestantes, mas não há registro de que um civil sequer tenha sido lesionado”.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião