O auditor fiscal Orlando Aranda foi preso preventivamente na manhã do último sábado (8), em Londrina, Norte do Paraná. Ele é acusado de tentar intimidar promotores, servidores e policiais que integram a equipe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pela Operação Publicano – que apura um esquema de fraudes na Receita Estadual. Aranda é réu em processos decorrentes da investigação, já foi condenado a mais de 14 anos de prisão, mas aguardava em liberdade o julgamento de um recurso.
A prisão foi decretada pelo juiz Juliano Nanuncio, da 3.ª Vara Criminal de Londrina, a pedido do Gaeco. Segundo o grupo ligado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), na sexta-feira (7), Aranda havia sido flagrado em frente à sede do Gaeco, fotografando servidores e veículos que chegavam ou deixavam o prédio.
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“Essa conduta visava constranger e intimidar os promotores de Justiça, policiais ou pessoas que servem como testemunha em ações penais em que ele figura como réu ou nos processos em que ele é investigado”, disse o promotor Alan Flore.
O auditor fiscal foi notado pela própria equipe da Operação Publicano, que requereu a prisão preventiva à Justiça. Segundo o Gaeco, Aranda fazia as imagens com um celular e não fez questão de tentar se esconder. “Ele se fez presente de uma forma ostensiva, como forma de ser visto e, assim, constranger e intimidar a equipe e testemunhas, como forma de influir na instrução criminal em que ele é acusado”, apontou Flore.
A Gazeta do Povo tentou ouvir o advogado Valter Bittar, que representa o auditor Orlando Aranda. A atendente do escritório, no entanto, informou que o advogado não se manifestaria sobre a prisão. O auditor fiscal foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) I, onde permanece preso.
Aranda está entres os 42 réus que foram condenados em dezembro do ano passado. O auditor fiscal teve pena de 14 anos e três meses de reclusão, além de 95-dias multa, pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva tributária.
As investigações que culminaram na Operação Publicano começaram em 2014. De acordo com as apurações, auditores fiscais fraudavam as fiscalizações e cobravam propina de empresários em todo o estado. Parte do dinheiro teria sido usado na campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). O PSDB sempre negou essa denúncia.
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