Às vésperas da votação de quatro projetos do “pacotaço” enviado pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), a Câmara de Vereadores da capital ainda não sabe quanto vai custar a sessão especial, que será realizada nesta segunda-feira (26), às 9 horas, na Ópera de Arame. O presidente da Casa, vereador Serginho do Posto (PSDB), disse que o contrato com a empresa que administra o espaço ainda não foi fechado. O valor deve ser definido ainda neste domingo (25) e divulgado pela Câmara na segunda-feira (26).
Por enquanto, a Câmara firmou um termo de recebimento prévio de uso do espaço. Além do aluguel do teatro, a o presidente da Casa solicitou à empresa serviços adicionais, cujo custo ainda está sendo definido entre as partes. Entre estes serviços, estão a utilização do equipamento de som, a instalação de um painel de votação e de uma campainha, para que a condução da sessão.
“Nós não fechamos um [valor] total. Estamos na tratativa de preço, mas podemos garantir que vai ficar em um valor inferior ao usual”, disse Serginho do Posto. “[A transferência do local da votação] é algo atípico na Câmara, mas os últimos acontecimentos nos levaram a fazer. Importante ressaltar que todo esse custo vai estar dentro da responsabilidade fiscal, dentro da legalidade”, acrescentou.
A votação foi transferida para a Ópera de Arame justamente sob alegação desses “últimos acontecimentos” a que Serginho do Posto se refere: duas tentativas anteriores de analisar o projeto, que terminaram com servidores tomando o plenário e provocando a suspensão das respectivas sessões. O último episódio ocorreu na semana passada, quando manifestantes conseguiram romper o bloqueio de centenas de policiais que cercavam a Câmara. Houve uso de sprays de pimenta e alguns servidores ficaram feridos.
“De camarote”
De acordo com o esquema de segurança definido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), cerca de 100 servidores poderão acompanhar a sessão – estes, serão escolhidos pelos próprios sindicatos. Eles ficarão restritos a um camarote da Ópera de Arame. Os vereadores ficarão no palco, onde, neste domingo, eram colocadas mesas e cadeira. Na plateia, ficarão assessores parlamentares, e funcionários da Câmara.
O restante dos servidores terá de permanecer na Pedreira Paulo Leminski, que fica ao lado da Ópera de Arame. A Câmara estuda uma maneira para que, de lá, os manifestantes consigam acompanhar a sessão em tempo real – por meio de um telão ou de transmissão via YouTube. A Sesp não confirmou se haverá bloqueios ou restrições de tráfego nas ruas de acesso à Ópera de Arame.
A transferência
A mudança de local para a votação do pacotaço foi definida às pressas, em uma sessão convocada na noite de sexta-feira (23). A sugestão de transferência surgiu em uma reunião entre vereadores e a Secretaria de Segurança Pública. Na ocasião, Serginho do Posto apontou a necessidade de garantir a segurança de todos como a motivação para a alteração. Vereadores da oposição criticaram bastante a mudança.
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