A prefeitura de Curitiba, em conjunto com a Comunitas e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), desenvolveu um planejamento estratégico para a capital paranaense até 2035. Nove áreas são alvos do planejamento, incluindo mobilidade e transporte, um dos temas em que Curitiba é pioneira. Clique aqui para saber mais detalhes sobre o plano de maneira geral.
O planejamento em cada uma das áreas é dividido em metas de curto (2017-2020), médio (2021-2027) e longo prazo (2028-2035). De acordo com Luiz Fernando Jamur, presidente do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), a prefeitura está trabalhando para cumprir os objetivos dentro dos períodos estabelecidos. “Muitas metas dependem de financiamentos externos para que possam se concretizar. Estamos nos organizando para poder atender ao plano”, explicou.
Dos 1.148 objetivos do planejamento, 132 são relacionados a mobilidade e transporte. A Gazeta do Povo selecionou alguns deles. Confira:
1. Transporte público mais atrativo
Vários dos pontos abordados no plano dizem respeito à gestão do sistema de transporte coletivo da cidade. Entre eles está aumentar a transparência nos processos de revisão da tarifa e estabelecer indicadores para avaliar o sistema. “Além de aumentar a clareza para a população a respeito de como o sistema é operado, nosso objetivo é atrair mais usuários”, explica Jamur.
Algumas metas contemplam, justamente, mudanças que tornariam o sistema mais atrativo. Entre elas, está a implementação de um sistema de tarifas diferenciado por horário e a integração temporal do sistema. Isenções e gratuidades também estão contempladas, além da revisão dos itinerários e dos horários dos ônibus.
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2. Publicidade no ônibus
Outro aspecto debatido no plano é o financiamento do sistema de transporte coletivo da capital. Uma das alternativas propostas nas metas é o aumento da exploração publicitária nos ônibus. Em 2015, a Câmara de Curitiba aprovou uma lei que autoriza que sejam colocados anúncios nos veículos e nos terminais. A estratégia é distinta da chamada “mídia embarcada”, que funciona desde 2013. Nela, as peças publicitárias são apresentadas em televisões instaladas dentro dos veículos.
Apesar da permissão, hoje somente a própria prefeitura utiliza os espaços dos ônibus para fins publicitários. “A exploração tem de ser feita de modo que não haja comprometimento da paisagem urbana da nossa cidade. É necessário estudar os custos e benefícios da medida”, afirma o presidente do Ippuc.
3. Integração com a região metropolitana
Uma questão bastante citada pela prefeitura de Curitiba, e também presente no plano, é a integração da capital com os municípios da região metropolitana. Em entrevista à Gazeta do Povo, o prefeito Rafael Greca (PMN) destacou que este é o principal foco da sua gestão. “Estamos preparando um plano de malha viária metropolitana comum para ser implementado nos próximos três anos”, afirmou.
No plano estratégico, a meta é ousada: promover, até 2035, a integração total de transportes em toda a região metropolitana. Nos últimos anos, entretanto, a relação não tem sido tão simples. Em 2015, durante a gestão de Gustavo Fruet (PDT), o sistema foi desintegrado por conta de desentendimentos com o governo de Beto Richa (PSDB) a respeito do subsídio pago pelo Executivo estadual. No início do ano passado, a integração foi retomada.
4. Mais infraestrutura cicloviária
A estrutura de Curitiba para promover a utilização de outros modais também é tema do planejamento. Os objetivos incluem ampliar o compartilhamento de bicicletas e carros elétricos, além da melhoria da infraestrutura cicloviária. De acordo com o Ippuc, atualmente a cidade conta com 204 quilômetros de vias cicláveis, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas.
“Nosso objetivo é melhorar a integração entre os modais. Queremos reforçar, por exemplo, o uso das bicicletas como um complemento ao transporte coletivo”, explica Jamur.
5. Transporte mais verde
O cuidado com o meio ambiente também entrou na lista de metas para mobilidade no Curitiba 2035. Além do incentivo a modais mais ecológicos, como os carros elétricos e as bicicletas, outro objetivo contemplado no plano é substituir a frota do transporte público por veículos menos poluentes.
De acordo com Jamur, Curitiba já tem feito ações desse tipo nos últimos anos. “Boa parte da frota foi substituída por veículos híbridos”, explica.
6. Menos velocidade
Por fim, as metas do plano para mobilidade também contemplam menos velocidade nas ruas da cidade. Em um dos objetivos, estabelecido para médio prazo, aparece a ampliação das áreas calmas – aquelas em que a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.
A gestão de Rafael Greca (PMN) afirma que é contra a forma como a medida foi implantada durante o mandato do antecessor, Gustavo Fruet (PDT). “Estamos pensando em diretrizes para as áreas calmas. Não é uma medida que possa ser implementada de forma pontual”, afirma Jamur.
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