Maringá, no norte do Paraná, é a cidade com melhor trabalho de limpeza urbana do país entre os municípios com mais de 250 mil habitantes mapeados pelo Índice de Sustentabilidade de Limpeza Urbana (Islu). O índice foi criado pelo Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) e pela PwC Brasil.
Na segunda edição do indicador, o município paranaense registrou nota 0,744, acima da média estadual, de 0,699. A cidade é seguida, no estado, por São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com 0,722, e Londrina, no Norte, com 0,718. Nos mesmos parâmetros, Curitiba é a quarta no índice específico do estado, com 0,706.
O indicador avalia a limpeza urbana nas cidades pesquisadas e o grau de cumprimento das normas definidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a partir de uma pontuação que varia de zero a um.
“O objetivo da pesquisa é avaliar o grau de atenção dado à Política Nacional de Resíduos Sólidos em cada um dos municípios avaliados”, explica Federico Servideo, sócio da PwC Brasil. Os dados empregados no levantamento foram coletados na última base disponível no Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS). Nesta segunda edição da pesquisa, o número de cidades avaliadas saltou de 1.729 para 3.049 em todo o país; no Paraná, passou de 167 para 287.
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O Islu leva em consideração quatro indicadores, classificados como dimensões: engajamento do município (população atendida ante população total), sustentabilidade financeira (impacto da arrecadação específica), recuperação dos recursos coletados (material reciclável recuperado sobre o total coletado) e impacto ambiental (volume destinado incorretamente sobre a população atendida). O posicionamento de Maringá na liderança do ranking reflete, segundo o estudo, uma melhoria em pelo menos três dos quatro quesitos analisados.
Em agosto deste ano, Maringá anunciou a reestatização da gestão do lixo. A alegação foi de que a cidade poderia economizar R$ 20 milhões por ano retornando o serviço à gestão municipal. Os resultados obtidos pelo Islu deste ano, no entanto, não captaram alterações por ter trabalhado com dados anteriores ao processo.
“O índice foi criado não para avaliarmos um único item específico. Para que a cidade se destaque é preciso evoluir em todas as dimensões”, detalha Júlia Butzge, consultora sênior de sustentabilidade da PwC Brasil. “Maringá melhorou em três, em impacto ambiental manteve-se igual [à edição de 2016]. Já nas outras três dimensões, registrou melhora significativa.” Na comparação com o ano passado, por exemplo, o indicador que registra o total de população atendida ante população total da cidade subiu de 0,859 para 0,864. Já o critério relativo a impacto ambiental manteve-se em 1.
Gestão específica
A avaliação aponta que 70% dos municípios com arrecadação específica para a gestão de lixo dão aos resíduos a destinação mais adequada, encaminhando-os a aterros sanitários. Já nas regiões sem arrecadação específica, o índice é de 28%.
Ainda de acordo com a pesquisa, nas cidades com arrecadação específica, o índice de reciclagem de lixo chega a 6%, o dobro das localidades que não contam com cobrança específica para a gestão dos resíduos sólidos.
Avaliação de Curitiba
“Curitiba tem uma performance relativamente boa para o país como um todo”, diz Federico Servideo, sócio da PwC Brasil. “A dimensão que está ficando para trás é reciclagem. Nessa questão, o indicador está em 0,03, o que quer dizer que Curitiba recicla pouco”, esclarece.
No ano passado, um relatório técnico da UTFPR constatou que apenas 57,32% do total que vai para reciclagem são efetivamente reaproveitados.
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