Michele e Joel, com seus três filhos: vida nova em Goioerê| Foto: Prefeitura de Goioerê/Divulgação

Sessenta e um venezuelanos desembarcaram em Goioerê, no interior do estado, na manhã desta sexta-feira (31). A chegada ao Paraná faz parte de um processo de “interiorização” definido pelo Governo Federal, como forma de amenizar o impacto da migração a Roraima – por onde os cidadãos da Venezuela haviam entrado no Brasil. O acolhimento aos novos moradores foi definido como “histórico” pela prefeitura de Goioerê, que manifestou apoio à permanência dos venezuelanos na cidade de 30 mil habitantes.

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Os imigrantes vão morar em um sítio da Aldeias Infantis SOS, uma organização que conta com apoio da Agência da ONU para refugiados (Acnur). A ideia é de que eles permaneçam naquele espaço por três meses. Após este período, a expectativa é de que os venezuelanos já tenham conquistado autonomia para se manterem por si próprios.

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“A nossa perspectiva é de que, até lá [ao fim dos três meses], eles já estejam em suas próprias casas, com emprego fixo e com os filhos matriculados na escola. É para isso que vamos apoiá-los”, disse o sub-gestor nacional da Aldeias Infantis SOS, Sérgio Marques.

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Os 61 venezuelanos provêm de 16 famílias, que vão se dividir entre seis casas do sítio da Aldeias SOS. Entre os migrantes, há 25 crianças ou adolescentes. Por isso, será determinante o aporte do município, no que diz respeito ao encaminhamento a escolas e colégios da cidade. Além disso, eles terão à disposição toda a rede de apoio da cidade, além de uma ajuda financeira mensal.

“A gente já está fazendo encaminhamentos, buscando a inserção dos migrantes no mercado de trabalho, bem como estamos fazendo uma preparação, com cursos de geração de renda”, apontou Marques.

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Acolhimento

A julgar pelo acolhimento dado pela comunidade de Goioerê, os migrantes não devem sofrer episódios de rejeição – como o que ocorreu em Pacaraima, Roraima, onde um grupo de brasileiros chegou a agredir os venezuelanos e atear fogo em seus pertences. Nesta sexta-feira, a prefeitura promoveu um evento para dar as boas-vindas aos novos moradores estrangeiros. Antes disso, a comunidade já havia feito uma campanha para arrecadar roupas, brinquedos e outros pertences aos forasteiros.

“O município tomou a opção de acolhê-los. Eles [os migrantes] estão felizes com a oportunidade de recomeçar vida nova. Eles abraçaram o Brasil como novo lar”, disse a secretária de Assistência Social, Simone Coelho.

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Na chegada, o casal de venezuelanos Joel Alonzo, de 39 anos, e Michele Vargas, de 25, agradeceram o acolhimento, em nome do grupo de migrantes. Eles vieram com três filhos, que têm 2, 4 e 6 anos de idade. “Foi bastante emocionante, porque são muitas crianças, que já chegam com essa história de vida de sofrimento, mas com a felicidade de ter um novo lugar. Já brincaram bastante no sítio”, disse Simone. “Nos surpreendeu muito tanto a felicidade com que eles chegaram, quanto a educação dos adultos e das crianças”, completou.