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Estrutura ligada ao Executivo conta com apenas quatro funcionários | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Estrutura ligada ao Executivo conta com apenas quatro funcionários| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Quando o assunto são as Relações Internacionais, logo vêm à cabeça encontros diplomáticos entre chefes de estado ou grandes crises entre nações. As redes de cooperação entre os países, entretanto, passam também pelo nível local – e é nesse âmbito que as prefeituras podem estabelecer e usufruir de bons acordos internacionais.

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No caso de Curitiba, uma assessoria ligada ao gabinete do prefeito é a responsável por fazer os contatos com outros países e prospectar oportunidades para a capital. Na gestão de Rafael Greca (PMN), o líder do setor é Rodolpho Zannin Feijó, formado em políticas públicas pela universidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele comanda uma equipe de quatro pessoas, entre funcionários de carreira da prefeitura, que conhecem em profundidade a estrutura do Executivo, e outros profissionais de Relações Internacionais.

Segundo ele, a diferença principal do trabalho local está no foco em realizar projetos, indo além do protocolo. “Temos contato direto com o Ministério das Relações Exteriores, especialmente com a Agência Brasileira de Cooperação. Trabalhamos junto com eles, mas com ênfase na chamada diplomacia paralela. É nela que o município pode realizar a cooperação descentralizada”, explica Feijó.

Sustentabilidade é um dos focos

Dentro desse escopo de ação, a assessoria possui um plano estratégico, com metas para o que a gestão denomina como “Curitiba global”. “O objetivo principal é inserir a cidade no mundo e trazer a agenda global para a capital. Estamos explorando a identidade internacional da cidade, que já era muito forte”, diz o assessor.

Seis eixos principais direcionam as metas: internacionalização das secretarias e órgãos municipais; gestão de relacionamento com o corpo diplomático; otimização do relacionamento com as cidades irmãs de Curitiba; implementação do programa de diplomacia cultural do município, aproximando universidades de Curitiba com a academia internacional; recepção de delegações e missões estrangeiras; e alinhamento com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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Uma das metas inclui o plano de ação climática, que pretende fazer com que Curitiba atinja os objetivos do Acordo de Paris. O tratado, aprovado por 195 países, busca diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Com isso, a expectativa é manter o aumento da temperatura global limitado a 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais. O Brasil assinou o acordo em setembro de 2016.

Com esse foco, Curitiba conseguiu financiamento de US$ 1 milhão para implementar um projeto de energia limpa no antigo aterro da Caximba. Os recursos foram disponibilizados pelo C40, um grupo internacional que apoia projetos sustentáveis.

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Recepção de delegações e eventos

A partir do trabalho da assessoria, além disso, Curitiba busca se inserir como rota para eventos diplomáticos internacionais. Na próxima semana, a capital vai receber uma das reuniões preparatórias para a Cúpula dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que acontece em novembro, em Brasília. A reunião na capital paranaense está marcada para o período entre 12 e 14 de março.

“Este é o evento de maior porte realizado na cidade desde 2006, quando houve a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8) e o 3º Encontro das Partes da Convenção do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3) na capital. Também conseguimos trazer para Curitiba a viagem anual dos embaixadores da União Europeia, que passou por aqui no ano passado”, diz Feijó.

Outro evento que merece destaque, na visão do assessor, é a Smart City Expo, ligada à inovação e sustentabilidade, que ocorreu no ano passado. No total, em 2018 Curitiba recepcionou 64 delegações, sendo 28 embaixadores em missão oficial. Em 2017, por sua vez, foram 90 as delegações internacionais que passaram pela capital.

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