Dezessete Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) - as antigas creches - inaugurados pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT) em seu último ano de gestão seguem sem funcionar, ou estão operando abaixo da capacidade. Somadas, as instituições que já estão prontas poderiam receber 2.510 crianças de até cinco anos, quantidade que equivale a cerca de 28% do déficit de vagas, que atualmente gira em torno de 9 mil crianças.
Segundo a secretaria de Educação da atual gestão municipal, Maria Silvia Bacila Winkeler, o principal problema que tem impedido o início efetivo de funcionamento dos CMEIs é a falta de professores da educação infantil, que até pouco tempo eram chamados de educadores.
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“Para que eu possa fazer o chamamento desses professores eu preciso de dotação orçamentária, então nós enfrentamos esse processo nesse início de gestão para organizar todo nosso processo de finanças [...] Nós imaginamos que após a aprovação de todo esse plano de recuperação do prefeito, nós tenhamos já o cronograma do chamamento desses professores divulgado par a comunidade”, afirma a secretária.
Mesmo que a prefeitura consiga viabilizar o chamamento de professores de educação infantil já aprovados em concurso público, isso não garante que os novos CMEIs possam, enfim, funcionar. Segundo a secretária há um déficit de profissionais em instituições que já estão em funcionamento e perderam profissionais por conta de aposentadorias. Portanto, parte dos convocados terá que ser destinada a esses locais.
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Leia a matéria completaAinda segundo Maria Silvia, outro problema que faz com que os CMEIs estejam fechados é que, ainda que tenham sido inaugurados, eles não estavam completamente prontos.
“Parece que esses CMEIs estavam prontos e inaugurados, no entanto, faltava o enxoval desses CMEIs, ou seja, todo o material que ele necessita, desde brinquedos, mesas até, por exemplo, geladeira, máquina de lavar”. A prefeitura estima que ainda falte cerca de R$ 1 milhão para terminar a compra de equipamentos para os 12 centros.
Em nota, o ex-prefeito Fruet afirmou que o valor que resta para a compra dos materiais é irrisório diante do que a atual administração está gastando em publicidade. “Mais uma vez mentem para justificar a incompetência. A maioria dos CMEIs foi entregue com equipamentos”, afirma.
Conforme registros feitos no site da própria prefeitura, o atraso frustra os moradores das regiões onde os CMEIs foram inaugurados. Silmara Bettega, avó de Bernardo Augusto, à época com 3 anos, participou, esperançosa, da inauguração da unidade São João II, em dezembro do ano passado. Ao site da prefeitura, durante o evento, Silmara comemorou a facilidade que a abertura do novo CMEI traria para a família.
“Meu neto frequenta um CMEI bem distante e com esta unidade fica muito mais prático e seguro, além de termos mais tempo para aproveitarmos com ele. Sem falar que tudo aqui é muito limpinho e o espaço é ótimo”, contou.
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Leia a matéria completaSolução alternativa
Uma solução que prefeitura cogita para resolver o problema das unidades fechadas é aumentar o número de parceiro conveniados. Atualmente, 9,8 mil crianças da rede municipal estão sob cuidado de instituições conveniadas – que em alguns casos utilizam o espaço da própria prefeitura. Segundo Maria Silvia, o Executivo estuda abrir um novo edital dentro do marco regulatório para o estabelecimento desses contratos.
A prefeitura tem 44,7 mil crianças matriculadas na educação infantil nos 206 CMEis ativos e nas 75 instituições conveniadas com o Executivo. Segundo a secretária Maria Silvia, com este número de crianças matriculadas, Curitiba atende 83% da demanda por vagas. O número é maior que a exigência prevista no Plano Nacional de Educação, que estipula que até 2024 os municípios atendam pelo menos 50% da demanda de educação infantil.
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