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Rossoni e Richa foram citados por principal delator da Quadro Negro. | Orlando Kissner/ANPr/
Rossoni e Richa foram citados por principal delator da Quadro Negro.| Foto: Orlando Kissner/ANPr/

O dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza, voltou a detalhar o envolvimento da cúpula política do Paraná nos desvios apurados pela Operação Quadro Negro. Em novo depoimento à Justiça − agora não mais na condição de réu −, o delator mencionou o deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), ex-chefe da Casa Civil de Beto Richa (PSDB); os estaduais Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Plauto Miró (DEM), primeiro-secretário da Casa, e Tiago Amaral (PSB); e o presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), conselheiro Durval Amaral, que é pai de Tiago.

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O vídeo com o depoimento de Lopes de Souza foi divulgado na noite desta segunda-feira (14), pela RPC TV. Veja o que disse o delator sobre cada um dos políticos.

Valdir Rossoni (PSDB)

Lopes de Souza reafirmou que conheceu Rossoni em 2011, em Bituruna, reduto eleitoral do deputado. A Valor Construtora venceu licitações para realização de obras na cidade e, em todos os casos, venceu sem concorrência e cobrando o preço máximo. Em contrapartida, a empresa teria feito um pagamento de 10% do valor a Rossoni – o equivalente a R$ 460 mil. A defesa de Rossoni disse que o delator falta com a verdade.

Ademar Traiano (PSDB)

O delator relatou que fez quatro pagamentos de R$ 100 mil a Traiano, em dinheiro vivo, para a campanha de 2014. Segundo ele, as entregas de propina ocorreram nos seguintes locais: duas na sala da liderança do governo na Assembleia, outra na sala da presidência da Casa e outra na casa de Traiano. O parlamentar disse que assegura a lisura de suas ações e que a Justiça deve agir na plenitude de suas competências.

Plauto Miró (DEM)

O dono da Valor relatou que Plauto cobrou propina para autorizar aditivos aos contratos de obras nas escolas estaduais. Os aditivos eram pagos com verbas da Assembleia Legislativa do Paraná devolvidas ao Executivo. Segundo Lopes de Souza, o deputado cobrou 10% dos R$ 6 milhões, repassados a mais à construtora.

“Ele [Plauto] disse: ‘5% pra mim e 5% pro Rossoni’. Eu disse: ‘Tá bom. Da minha parte, eu topo’”, detalhou Loopes de Souza. Segundo ele, foram feitos dois pagamentos de R$ 300 mil, diretamente a Plauto e em dinheiro vivo. Plauto disse que não iria se manifestar.

Tiago (PSB) e Durval Amaral

Lopes de Souza disse também que doou R$ 50 mil, via caixa 2, à campanha de Tiago Amaral. O pai do parlamentar, conselheiro Durval Amaral, teria agradecido pessoalmente o repasse. Em contrapartida, o construtor teria pedido para que o então diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Maurício Fanini, não fosse transferido. “Ele [Durval] falou: ‘Pode deixar. Tá combinado’”, afirmou o delator.

Durval Amaral disse que as declarações são uma retaliação, porque foi ele quem mandou suspender os pagamentos à construtora, no TCE. Já Tiago Amaral afirmou que o delator não diz a verdade e que, quanto mais rápido avançarem os processos, mais rápido se comprovará a inocência do parlamentar.

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