Além do ex-governador Beto Richa (PSDB) , outros 13 investigados que haviam sido presos pela Operação Rádio Patrulha foram soltos na madrugada deste sábado (15), após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Expedido na noite de sexta-feira (14), o pedido de soltura mudou a perspectiva tida horas antes, quando o juiz Fernando Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, havia chegado a transformar a prisão temporária dos investigados, de cinco dias, em prisão preventiva, quando não há prazo para soltura.
Os primeiros a sair, por volta de 0h40, foram os detidos no Regimento da Polícia Montada - incluindo Beto e sua esposa, Fernanda Richa. Logo em seguida, por volta de 1 h, outros 11 investigados foram liberados do Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais. Entre eles, o empresário Joel Malucelli e o ex-secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná e empresário da Terra Brasil, Edson Casagrande.
O grupo teve a soltura executada pelo mesmo mandado, e foram buscados de carro por suas famílias ou advogados, em um contexto muito menos agitado do que a soltura do ex-governador - sem a presença massiva de imprensa, por exemplo.
A única pessoa que ainda está presa é o ex-secretário de Richa Deonilson Roldo, que já estava detido preventivamente no âmbito da Operação Piloto, por decisão do juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba. Na manhã deste sábado, a reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com a defesa de Roldo para obter informações sobre a situação do investigado, mas não houve sucesso.
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O que acontece em seguida
De acordo com Gustavo Alberine Pereira, da equipe de defesa de Edson Casagrande e Dirceu Pupo, o momento é de tranquilidade e paciência. “Não há muito o que fazer, a não ser esperar o desenrolar das investigações e colaborar com elas”, explica.
Dos 15 investigados, 13 foram presos de forma provisória na terça-feira (11), no âmbito da Operação Rádio Patrulha, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR). Edson Casagrande e Joel Malucelli se entregaram nos dias seguintes.
O caso
Todos os investigados - que negaram ter cometido qualquer irregularidade - foram detidos a mando do Ministério Público por suposto envolvimento com fraude nas licitações do programa Patrulha do Campo, que serviria para recuperar estradas rurais no interior do estado. A ação se baseia principalmente na delação premiada de Tony Garcia, ex-deputado estadual, inclusive com gravações de conversas com Richa, seus aliados e empresários.