O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu o Habeas Corpus (HC) concedido a oito investigados da Operação Integração 2 na sexta-feira (5) para outras duas pessoas detidas: João Chiminazzo Neto, que era diretor-regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) quando o escândalo de corrupção veio à tona; e João Marafon Júnior, advogado e funcionário da Econorte. Ambos estavam presos preventivamente há dez dias, por determinação do juiz federal Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba.
A segunda fase da Operação Integração, deflagrada no último dia 26 pela equipe da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) e na Polícia Federal, apura o pagamento de propina entre agentes públicos, empresários e dirigentes de concessionárias de rodovias que atuam no Paraná, no Anel de Integração. A pedido do MPF e da PF, foram expedidos 19 mandados de prisão – entre prisões preventivas e temporárias. Dez dias após a deflagração da segunda etapa da Operação Integração, apenas uma pessoa permanece presa, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, que é presidente do Conselho de Administração da Triunfo Participações e Investimentos.
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Na sexta-feira (5), Gilmar Mendes liberou oito presos, ao ser provocado pela defesa de um deles, José Richa Filho, o Pepe Richa, ex-secretário de Infraestrutura e Logística e irmão do ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB). Logo na sequência, o ministro do STF estendeu a liberdade a mais dois presos, João Chiminazzo Neto e João Marafon Júnior.
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Outro lado
Neste sábado (6), a Gazeta do Povo não conseguiu contato com as defesas dos dois investigados. Em comunicado divulgado na última terça-feira (2), a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que afastou João Chiminazzo Neto da cadeira que ocupava na entidade para que “ele possa se dedicar à sua defesa”. A ABCR também anunciou o encerramento das suas atividades na regional do Paraná e acrescentou que irá contribuir “de forma irrestrita” com as investigações.
Após a deflagração da Operação Integração no mês passado, a Triunfo Participações e Investimentos, que é ligada à Econorte, emitiu uma nota oficial à imprensa na qual “reitera que sempre contribuiu de forma transparente com as investigações” e “continua à disposição para prestar os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos”.
Em seguida, no início de outubro, a equipe da Lava Jato no MPF declarou à imprensa que a Triunfo Participações e Investimentos “jamais prestou qualquer auxílio às autoridades para esclarecer as investigações relativas à corrupção de concessionárias de pedágio do Paraná”, “mesmo com inúmeras evidências da existência de graves irregularidades”.
Na primeira fase da Operação Integração, deflagrada em fevereiro, o então diretor-presidente da Econorte, Hélio Ogama, estava entre os presos. De lá para cá, Ogama firmou um acordo de colaboração premiada e seus relatos contribuíram com a deflagração da segunda etapa da investigação.
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