A duplicação da primeira parte da PR-323 parece estar, finalmente, perto de sair do papel. O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) divulgou, na última terça-feira (07), a empresa vencedora da licitação para a execução da obra no trecho entre Paiçandu e Doutor Camargo, no Norte do estado.
As melhorias na estrada deveriam ter começado em 2014, mas enfrentaram inúmeros problemas porque a principal empresa do consórcio vencedor, a Odebrecht, acabou envolvida nas investigações da Operação Lava Jato (relembre abaixo).
A vencedora para a execução do primeiro trecho de obras foi a Torc Terraplenagem, Obras Rodoviárias e Construções Ltda., uma empresa de Minas Gerais. Serão 20,7 quilômetros duplicados, ao custo de R$ 73,2 milhões. O edital, lançado em maio, previa um valor máximo de R$ 100 milhões para a execução da duplicação e de outras intervenções, como a construção de dois viadutos e uma trincheira, a implantação de rampas de acessibilidade e de sinalização.
Agora, após a publicação do resultado, ainda resta o período para a apresentação de recursos. Depois, o resultado precisa ser homologado pelo DER-PR para que, então, seja providenciada a assinatura do contrato com a empresa vencedora. Por isso, o governo ainda não tem uma previsão para o início das obras. Após a assinatura da ordem de serviço, o prazo para conclusão da duplicação é de dois anos.
DESEJOS PARA O PARANÁ: Mais investimento em infraestrutura
Atraso nas obras
Esse á apenas o primeiro trecho de obras previsto pelo governo do Paraná para a PR-323. A rodovia – que liga Maringá a Guaíra, no Noroeste do estado – deve passar por outras dez intervenções. Duas delas já têm edital de licitação lançado: a implantação de terceiras faixas e melhorias entre Umuarama e Francisco Alves; e a construção do viaduto de acesso a Iporã. Os demais ainda aguardam o lançamento do edital de licitação.
As obras na PR-323 deveriam ter começado em 2014, em um modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A licitação foi vencida pelo consórcio Rota 323, que tinha como principal participante a construtora Odebrecht. Depois, porém, o governo do estado teve dificuldades em comprovar que conseguiria pagar, anualmente, os R$ 95 milhões de contrapartida, necessários para que o projeto fosse financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Em seguida, a Odebrecht começou a ser envolvida nas investigações da Operação Lava Jato e, por isso, não conseguiu o empréstimo para realizar a obra. Por conta da demora, a licitação foi cancelada pelo Conselho Gestor de Concessões no ano passado.
REPERCUSSÃO: Porto exonera jovem de 20 anos que tinha cargo na assessoria da presidência
Investigações
A obra também está envolvida em um suposto esquema de caixa 2 envolvendo o ex-governador Beto Richa (PSDB). Ex-dirigentes da Odebrecht afirmaram, em delações premiadas, que R$ 2,5 milhões teriam sido repassados de forma ilegal à campanha de Richa em 2014, em troca de um “abatimento” nas obras. Os tesoureiros da campanha negam.
As investigações sobre o caso estão na Justiça Eleitoral. Nessa semana, além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) multou sete pessoas por irregularidades na primeira licitação para a duplicação da rodovia. Leia mais clicando aqui.
Perspectiva de devassa jurídica de emendas deve gerar forte impacto no cenário político
Defensor de Natuza Nery, Gilmar Mendes tem histórico de processos contra jornalistas
O “abraço na democracia” será apenas simbólico mesmo
Governo abre ano com leilão nas Cataratas do Iguaçu após captar R$ 48 bi com concessões de rodovias
Deixe sua opinião