| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo/ Arquivo

O desmatamento não dá trégua no Paraná. Imagens de satélite analisadas pela Fundação SOS Mata Atlântica indicam que houve redução de floresta nativa, no período entre 2015 e 2016, em 88 cidades do estado. O levantamento identificou a derrubada de 3.468 hectares, uma área superior ao tamanho somado dos bairros curitibanos Boqueirão e Hauer. O levantamento leva em conta apenas áreas com mais de três hectares (três campos de futebol) e também somente áreas de floresta inalterada.

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Os cinco municípios que registraram os maiores índices de desmatamento ficam na região Centro Sul do estado, que ainda concentra importantes remanescentes de Floresta de Araucária. Prudentópolis – que liderou no ranking no ano anterior, com 189 hectares – aumentou a pressão sobre a mata: agora foi identificado o corte de 326 hectares. Bituruna, segunda colocada no mais recente levantamento, com 242 hectares desmatados, é a cidade paranaense que mais supriu Mata Atlântica nos últimos 15 anos. Foram 5,8 mil hectares – equivalente a 36 vezes o tamanho do Parque Barigui.

No acumulado dos últimos 30 anos, o Paraná foi o estado que mais suprimiu Mata Atlântica, sendo responsável por um quarto de tudo o que foi derrubado deste tipo de formação florestal no país. No Brasil, restam menos de 12,5% da área original de Mata Atlântica. No Paraná, o índice cai para 8%.

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Análise

A diretora executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, também coordenadora do levantamento, comenta que a repetição das mesmas regiões de desmatamento reforça a importância da fiscalização, por parte dos órgãos ambientais. “O alerta fica justamente para esses municípios em que continua acontecendo”, diz.

Procurado pela Gazeta do Povo, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) preferiu não comentar os resultados do estudo e informou que deve divulgar, nos próximos dias, um levantamento próprio.

Fiscalize

Com o entendimento de que o poder público sozinho não vai conseguir conter o desmatamento – e de que é preciso conhecer para preservar – a SOS Mata Atlântica elaborou um site em que os moradores de cada cidade conseguem verificar quais são as áreas nativas remanescentes. Basta consultar o endereço Aqui tem mata.

“É uma estratégia de aproximação, para mostrar que a floresta não está longe, está próxima”, explica. Marcia conta que o site tem sido usado como ferramenta de educação em muitas escolas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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