Desde que a duplicação da Serra do Cafezal foi liberada para o tráfego, no final de dezembro, ficou mais rápido percorrer o trajeto da BR-116 entre Curitiba e São Paulo – a concessionária Régis Bittencourt estima que a viagem “encurtou”, em média, 30 minutos. Mas, isso não significa que os motoristas não terão dissabores no trecho. Operários trabalham em alguns pontos da serra, fazendo ajustes na sinalização e também executando dois retornos e uma caixa de escape.
Além disso, há vários pontos em que o asfalto está completamente deteriorado, com buracos e depressões. Enquanto fazia as novas pistas, a concessionária não realizou reparos no pavimento para não complicar ainda mais o trânsito, mas a previsão é de que as obras comecem em 10 de janeiro, com o fim do período mais intenso de tráfego pelas festas de fim de ano. Até o final do primeiro semestre, o asfalto deve estar todo recuperado. Em função dos reparos, ainda existirão pontos de lentidão no trecho.
Localizada entre as cidades paulistas de Miracatu e Juquitiba, a 300 quilômetros de Curitiba, a Serra do Cafezal representava um afunilamento na ligação Sudeste-Sul. Com a circulação de mais de 22 mil veículos por dia, era um dos principais gargalos logísticos do país. Encravada numa das áreas mais conservadas de Mata Atlântica, a obra na Serra do Cafezal era um desafio. Mas o trajeto de pista simples representava um tormento para quem dependia da rodovia. Além dos riscos à vida, era sinônimo de atrasos. Mesmo as batidas mais simples significavam longas filas, com vistas para o barranco.
Faltava a duplicação de 30 quilômetros, que foi prevista várias vezes, ao longo das últimas décadas. A obra começou em 2010 e o trechos foram sendo liberados aos poucos, à medida que ficavam prontos. É um dos projetos mais caros de engenharia do Brasil: a concessionária precisou fazer quatro túneis e 35 viadutos, consumindo R$ 1,3 bilhão. São duas pistas novas, com acostamento, no sentido SP-PR, e as três antigas ficaram para o fluxo inverso da Régis Bittencourt.
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