Ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, perdeu importantes cabos eleitorais após prisão| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Em meio a maior crise de sua carreira política, o ex-governador Beto Richa (PSDB) afirmou que o trabalho que fez à frente da prefeitura de Curitiba e do Palácio Iguaçu o deixam “absolutamente tranquilo” e que segue “animado” em sua campanha ao Senado. Com o nome ligado a uma série de investigações – sendo que uma delas o levou preso temporariamente na semana passada –, o tucano viu importantes aliados lhe virarem as costas nos últimos dias, comportamento que ele próprio reconhece como corrosão de uma base importante para garantir sua eleição.

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“Lógico que algum desgaste teve. Não posso deixar de admitir”, afirmou. “Mas eu estou trabalhando para me eleger. Estou animadíssimo”, declarou após participar de uma sabatina no programa Bom dia Paraná, da RPC TV.

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Beto Richa e outras 14 pessoas, incluindo a esposa, Fernanda Richa, e o irmão, Pepe Richa, foram presos no dia 11 de setembro como consequência de uma investigação que apura fraude na licitação do programa Patrulha no Campo, criado com a intenção de disponibilizar maquinário para serviços de melhoria em estradas rurais do Paraná. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço criminal do Ministério Público do estado (MPPR), apontou Richa como chefe do esquema, cujos contratos oficiais ultrapassam a soma de R$ 72 milhões.

Ainda que o ex-governador negue veementemente qualquer ligação com o esquema, as consequências já estão batendo na porta.

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No começo da semana, no primeiro encontro público que fez com lideranças do interior do Paraná, Beto Richa falou para cerca de 20 prefeitos e outros aliados políticos sem muito renome na composição política do estado. Figuras de peso das gestões dele, como Valdir Rossoni, que foi secretário-chefe da Casa Civil, e o deputado estadual Ademar Traiano, que foi líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa (Alep), não compareceram . “É que nós não convidamos os deputados”, justificou Beto Richa.

Um dia antes, a coligação de Cida Borghetti (PP) - que foi vice-governadora de Richa e entrou na campanha ao Palácio Iguaçu com o apoio do tucano - havia pedido ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que retirasse a candidatura de Richa ao Senado. O candidato conseguiu reverter liminarmente a decisão, mas não a difícil situação em que se encontra agora.

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Contudo, o ex-governador falou que o legado de seu governo tanto na prefeitura de Curitiba quanto no governo do Paraná o deixa “absolutamente tranquilo” e que, por isso, vai continuar de “cabeça erguida” cumprindo com suas obrigações. Sobre a possibilidade de não ser eleito ao Senado no próximo mês de outubro, comentou que ainda não pensou no que faria depois.

“Eu não me preocupo com carreira política. Já dizia antes do ocorrido que eu quero um mandato só. Se alguém tem dúvida do meu comportamento, deixará de ter”, afirmou o ex-governador. “Eleito ou não continuarei trabalhado pelo meu estado esteja onde estiver”, finalizou.