Pelo menos 250 presidentes e lideranças de sindicatos rurais do Paraná se reuniram em Curitiba nesta segunda-feira (13) para ouvir as propostas para o agronegócio de três candidatos ao governo, João Arruda (MDB), Ratinho Júnior (PSD) e Cida Borghetti (PP). Os demais não foram convidados pelo setor.
As lideranças discutiram o Plano Diretor para o Agronegócio do Paraná 2019-2022, entregue pelo sistema FAEP/SENAR-PR aos candidatos. O documento foi construído ao longo deste ano e lista diversas propostas para manter o agronegócio em alta no estado. O setor representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná e é responsável por 12% da produção rural do país. O impacto direto do agronegócio na economia local é de cerca de 35%.
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Uma das principais propostas é a criação de um Grupo Estratégico do Agronegócio, com a coordenação direta do futuro governador e secretariado pela Agência de Desenvolvimento. “Com a devida autonomia e autoridade do novo órgão será possível mobilizar todo o aparato do estado para facilitar a implantação de projetos no setor, em conjunto com organizações da iniciativa privada”, afirma o documento da FAEP.
As metas das entidades englobam a liberação do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação, fiscalização de insumos agropecuários, ações regionais para motivar produtores municipais, obras no sistema rodoferroviário, programas de residência em ciências agrárias nas universidades estaduais, uso de câmeras de segurança nas comunidades rurais, delegacias especializadas em roubo em propriedades rurais, flexibilização do estatuto do desarmamento para permitir uso de armas pelos agricultores, plano de habitação para zona rural, melhorar a cobertura de telefonia e comunicação no interior, etc.
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João Arruda (MDB)
Com uma plataforma alternativa e mais voltada ao centro, o candidato do MDB foi bastante questionado sobre segurança pública. Também disse que não queria falar sobre “punhalada” nas costas, em referência à desistência de Osmar Dias (PDT) em função de um desencontro com o irmão, Alvaro Dias (Podemos). “Nossa meta é um programa amplo de educação, saúde, segurança pública, que leve ao desenvolvimento econômico e social. Todos esses setores precisam do agronegócio. Não sou fantoche, vou trazer meu plano de governo junto comigo. Nós queremos diminuir custos de produção e controlar a gestão das estradas federais no Paraná”, disse.
“Meu projeto tem oito novos berços e quatro viadutos no acesso ao porto de Paranaguá. Além disso, ninguém conhece melhor as pequenas cidades do interior. Quero cuidar da segurança pública e também da segurança alimentar. O produtor tem que ter apoio dos veterinários. Nós temos que valorizar os grandes e os pequenos produtores”.
Arruda também disse que não permitirá invasões de campo e que cumprirá a legislação. Ainda afirmou que vai congelar as tarifas da Copel e Sanepar e que vai estabelecer uma tarifa social para o agronegócio. Também disse que não é totalmente contra o armamento dos agricultores, mas quer reforçar os aparatos policiais para que façam esse trabalho preventivo.
Ratinho Jr. (PSD)
O candidato foi aplaudido ao dizer que vai vender a Fazenda Canguiri, residência oficial do governo do Paraná, e que vai “aposentar” alguns políticos tradicionais, sem citar nomes. Disse que o estado precisa buscar a sua vocação, que é a alimentação, e se mostrou como alternativa ao governo do Paraná, mesmo com histórico ligado ao governo de Beto Richa (PSDB). “As vocações dos Estados Unidos são bélica, agronegócio, turismo e engenharia. Na Alemanha, engenharia. Na Coreia do Sul e Japão, a tecnologia. Qual a vocação do Paraná? Produzir alimentos para o mundo. Em 2030 apenas 7 bilhões das 9 bilhões de pessoas vão se alimentar. Nós temos que nos preparar. Não sabemos quais estradas duplicar daqui a dez anos. Esse planejamento nos falta. Somos o maior produtor por metro quadrado em qualidade e variedade de todo o mundo”, afirmou.
Ele também fez um discurso em tom liberal. “O poder público não pode atrapalhar os negócios. A máquina pública é muito grande, um elefante de 28 secretarias. Nós vamos cortar para no máximo 15 secretarias. Acabar com regalias em todas as esferas da administração pública”.
O candidato afirmou ainda que planeja uma licitação internacional para as rodovias pedagiadas, que quer ampliar a indústria técnica e vender ativos da Copel e Sanepar para aumentar sua sustentabilidade. Também elogiou o Novo Código Florestal, mas criticou o IAP e disse que é preciso destravar a questão burocrática das leis ambientais. Ele se mostrou favorável à posse de armas pelos agricultores dentro “dos limites legais” e disse que quer colocar oficiais da reserva como “guardas” das escolas estaduais, principalmente para garantir a política de prevenção de drogas.
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Cida Borghetti (PP)
A governadora apresentou diversos slides com programas como a área livre de aftosa sem vacinação para maio de 2019, isenção de ICMS para microgeradores de energia, incentivos econômicos para proprietários que preservem áreas florestais e desburocratização do Paraná. “Nós temos várias ações de infraestrutura logística ao longo dos últimos anos. Nosso plano de governo prevê atenção para todos os ciclos, de saúde educação, segurança, cidades, e também para cuidar da qualidade de vida. Também devemos reforçar as cidades inteligente, economia verde, segurança alimentar, equilíbrio social”, afirmou.
“Também temos alguns gargalos como a faixa de estrutura do Litoral, que estamos encaminhando soluções para evitar a judicialização. Nós temos que reforçar as ações da Rede Paranaense de Agropecuária e trabalhar com pesquisa e inovação”.
Cida também afirmou que o plano de governo envolve aeroportos, saneamento e geração de energia, além de ensino técnico para jovens estudantes. E também disse que defende o direito à propriedade e que ainda não recebeu o plano, logo não podia opinar sobre a questão do armamento.
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