Câmara Federal: características da bancada paranaense espelham bem a renovação ocorrida na Casa.| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

A eleição trouxe uma renovação inédita na Câmara dos Deputados. Quase metade das 513 cadeiras da Casa será preenchida a partir de 2019 por novatos, que não têm mandato hoje por lá. Também trouxe mais mulheres e mais conservadorismo – o ex-nanico PSL, do presidente eleito Jair Bolsonaro , terá a segunda maior bancada da Casa. As mesmas mudanças foram observadas na nova bancada do Paraná, cujo universo se restringe a 30 cadeiras.

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1 - Renovação maior

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A renovação na bancada do Paraná foi de 50%. Ou seja, das 30 cadeiras reservadas ao estado, 15 serão ocupadas por deputados federais reeleitos; outras 15 por novatos. O índice aumentou em relação ao pleito anterior, de 2014, quando 40% da bancada do Paraná foi trocada

Quando se trata de toda a Câmara dos Deputados, a renovação foi de 47,37%, a maior desde a redemocratização, de acordo com a própria Casa. No total, foram eleitos 243 novatos e reeleitos 251, de um total de 444 candidatos à reeleição. Proporção semelhante foi verificada no Paraná: dos atuais 30 deputados federais da bancada, 25 tentaram a reeleição, e 15 efetivamente conseguiram se reeleger.

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Outro dado que chama atenção tem ligação com a redução do número de votos recebidos pelos candidatos reeleitos. A Câmara dos Deputados informa que, do total de 251 reeleitos, 161 perderam votos entre a eleição de 2014 e a disputa do início deste mês. Exatamente a mesma proporção foi verificada na bancada do Paraná, de acordo com levantamento feito pelo blog De Brasília. Entre os 15 paranaenses reeleitos, nove perderam votos de quatro anos para cá. 

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2 - Fragmentação partidária 

A fragmentação partidária continua sendo uma marca da Câmara dos Deputados – e isso não se modificou de forma expressiva nas urnas de agora: a partir de 2019, a Casa vai abrigar representantes de 30 siglas partidárias diferentes. Somente na bancada do Paraná, com 30 parlamentares, há filiados de 16 legendas diferentes.

3 - Novas e velhas bancadas

Em relação ao peso de cada partido político no parlamento, a bancada do Paraná escapa do perfil geral. A partir de 2019, a maior bancada da Câmara dos Deputados será do PT, com 56 parlamentares. Logo em seguida, estará o PSL, com 52 representantes. Já entre os parlamentares do Paraná, o PSD – do governador do Paraná eleito Ratinho Júnior – é quem tem o maior número de filiados. São quatro: Ney Leprevost, Sandro Alex, Sargento Fahur e Vermelho. Em seguida, aparecem PSL, PT e PR, com o mesmo número de representantes, três cada um.

Pontualmente, o crescimento do PSL, alavancado pela onda bolsonarista, chama atenção. Em 2014, o Paraná não elegeu nenhum representante do PSL; agora terá 3. Em toda a Câmara dos Deputados serão 52 filiados ao PSL, ante apenas um representante eleito em 2014.

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E, tanto no plano nacional quanto no Paraná, a queda de dois grandes e tradicionais partidos políticos, o MDB e o PSDB, também foi observada. Em 2014, a bancada do Paraná elegeu três tucanos; em 2018, nenhum. Em 2014, o Paraná escolheu quatro emedebistas; em 2018, dois. O mesmo aconteceu em todo o parlamento. A bancada do PSDB eleita em 2014 tinha 54 membros; foi reduzida a 29 neste pleito de outubro. Já a bancada do MDB eleita quatro anos atrás era formada por 65 políticos; a partir do ano que vem, ela terá 34 nomes. 

4 - Mais mulheres

O número de mulheres eleitas aumentou na Câmara dos Deputados, e o mesmo se repetiu na bancada do Paraná. A bancada feminina na Casa saltou de 51 parlamentares para 77, o que representa 15% do total de cadeiras (513). 

Em 2014, os paranaenses elegeram apenas duas mulheres – Christiane Yared (PR) e Leandre (PV). No pleito deste ano, o eleitorado paranaense escolheu, além de Yared e Leandre, que foram reeleitas, mais três mulheres: Aline Sleutjes (PSL), Gleisi Hoffmann (PT) e Luísa Canziani (PTB). 

Levantamento feito pela Câmara dos Deputados aponta que Maranhão, Sergipe e Amazonas não elegeram nenhuma mulher. 

O Distrito Federal, que elegeu 5 mulheres em uma bancada composta por 8 titulares no total, foi proporcionalmente quem mais contribuiu para o crescimento da bancada feminina. Em termos absolutos, o estado com maior número de mulheres é São Paulo: 11 das 70 cadeiras do estado serão ocupadas por mulheres.

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