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Tucano fez primeiro ato desde sua prisão e soltura, na semana passada. Crédito da foto: Facebook Beto Richa/Reprodução. | Facebook Beto Richa/Reprodução/ Facebook
Tucano fez primeiro ato desde sua prisão e soltura, na semana passada. Crédito da foto: Facebook Beto Richa/Reprodução.| Foto: Facebook Beto Richa/Reprodução/ Facebook

O ex-governador e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) falou pela 1ª vez a um grupo de aliados políticos desde que foi solto, na madrugada do último sábado (15).Em tom mesclado de campanha e vitimismo, conduziu um discurso de 48 minutos em que retomou números de sua gestão à frente do Palácio Iguaçu, acusou a operação que o levou preso temporariamente e reafirmou sua estratégia de permanecer na campanha ao Senado. Antes mesmo de começar a falar, chorou e foi ovacionado pelo grupo, que, em coro, direcionou gritos de “honesto” ao candidato.

Reprodução/ Facebook

Richa foi preso pelo Grupo de Atuação Especial no Combate à Corrupção (Gaeco) no âmbito da operação Rádio Patrulha na terça-feira passada (11) e ganhou direito à liberdade por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. As investigações apontam que o ex-governador estaria à frente de um esquema de fraudes aplicado na licitação do programa estadual Patrulha no Campo, mas o tucano nega qualquer envolvimento no caso.

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No encontro a portas fechadas desta terça-feira (18), que durou quase duas horas, Richa foi recebido por prefeitos, vereadores e ex-prefeitos de várias cidades do Paraná. Outras lideranças políticas do estado - como deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli e Alexandre Curi, ambos do PSB - também estiveram na reunião, que funcionou como uma espécie de pacto de apoio à candidatura do tucano.

Ao todo, cerca de cem pessoas participaram e mais de dez usaram o microfone antes de Richa, inclusive o próprio filho do ex-governador, o candidato a deputado estadual Marcello Richa (PSDB) - para quem se voltaram gritos de “futuro governador do Paraná”. A todo momento, os discursos – rápidos mas cheios de ênfase ao legado de Richa – eram interrompidos por aplausos e exclamações de “honesto” e “viva o nosso futuro senador”.

Ao subir no placo improvisado aos fundos do seu escritório político, no bairro São Francisco, Richa falou por 48 minutos seguidos. As quebras pontuais de uma oratória ora engasgada ora convicta vinham apenas dos aplausos e coros da “plateia”.

O ex-governador começou agradecendo ao grupo que aceitou comparecer ao encontro. “Pode ter certeza de que esse momento jamais sairá da minha mente. É nessas horas que a gente conhece quem são os verdadeiros amigos. Infelizmente, alguns se afastaram”, disse, em uma referência que engloba claramente a postura de sua ex-vice governadora, a postulante ao Palácio Iguaçu Cida Borghetti (PP). Depois de uma pré-campanha já de difícil relação entre ela e Richa, a pepista exigiu nesta segunda-feira (17) o afastamento do ex-aliado de sua chapa .

Richa também leu na íntegra o texto de sua propaganda eleitoral que foi ao ar pela metade nesta segunda e destacou o legado que sua gestão deixou ao estado. “Não tem uma única área que não fizemos um trabalho extraordinário. Quem teve mais zelo com os recursos sagrados do Paraná?”, questionou.

Nos poucos momentos em que falou de sua prisão, Richa acusou a maneira como o processo foi conduzido. “Vocês não conseguem imaginar o terror que foram esses dias. Invadiram a minha casa como se fosse uma operação de guerra”, disse, acrescentando trechos da decisão do ministro Gilmar Mendes que determinou sua soltura. “A imprensa sabe que fomos vítimas de uma truculência, mas é reticente em admitir porque nos políticos somos uma espécie a ser extinta. Mas a Justiça do Paraná vai reconhecer minha inocência”, completou.

A imprensa não teve acesso ao interior do comitê eleitoral.

Entenda o caso Richa

A operação que prendeu o ex-governador é resultado de investigações que começaram em maio. A suspeita é de fraude nas licitações do programa Patrulha do Campo seguida de lavagem de dinheiro.

A apuração do Ministério Público culminou na expedição de 15 mandados de prisão temporária, que começaram a ser cumpridos na terça-feira (11). Além de Richa, também foram presos a esposa do ex-governador, Fernanda Richa; o irmão dele, Pepe Richa; e pessoas próximas ao tucano (Ezequias Moreira, ex-secretário de Cerimonial e Relações Internacionais, e Luiz Abi Antoun, primo do tucano). Eles negam irregularidades.

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A operação prendeu, além de integrantes do grupo político de Richa, empresários envolvidos no suposto esquema. Entre eles estava Joel Malucelli – que, como estava em viagem na Itália, se apresentou ao Gaeco somente na sexta-feira (14).

Na noite de sexta-feira (14), no entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes atendeu a um pedido da defesa e determinou a soltura de todos os presos por considerar a ação irregular.

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