O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) faria um comício em Curitiba na próxima segunda-feira (17) na Boca Maldita, no Centro da capital, depois de uma caminhada na Rua XV de Novembro. O evento segue marcado e um representante da família Bolsonaro deve participar, após o atentado sofrido pelo candidato em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro chegou a gravar um vídeo convocando os apoiadores para a marcha em Curitiba ao lado dos candidatos Delegado Francischini (PSL) e Felipe Francischini (PSL), líderes do partido no Paraná, mas que nem chegou a ser editado. O vídeo foi obtido com exclusividade pela Gazeta do Povo.
Delegado Francischini é o principal articulador da campanha de Bolsonaro no Paraná. Ele afirmou que o evento segue marcado e que um representante da família deve acompanhar a manifestação. “Vamos manter o evento e trazer alguém que o substitua. Devemos ter novidades nos próximos dias”, destacou.
Bolsonaro deve permanecer internado
O presidenciável segue internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e se recupera da cirurgia no abdômen depois do atentado à faca que sofreu na última quinta-feira (6). Ele deve permanecer internado pelo menos mais duas semanas para evitar uma infecção mais aguda e ainda terá que passar por uma nova cirurgia de grande porte para reconstruir o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia. As informações foram divulgadas no novo boletim da manhã desta segunda-feira (10).
Bolsonaro viria para Curitiba no dia 17, mesma número dele nas urnas. De acordo com Francischini, a passeata era parte da estratégia de consolidação das intenções de voto do candidato no Paraná. Bolsonaro lidera a última pesquisa Ibope* em empate técnico com Alvaro Dias (Pode).
“É um fato muito ruim, em nenhum momento o partido vai usar o atentado como fato positivo. É triste para a democracia brasileira, não importa se você é de direita ou esquerda, a maioria dos partidos políticos lamentou os acontecimentos”, afirmou Francischini. “É um crime que não tinha acontecido na história recente do país, a tentativa de assassinato durante uma campanha presidencial”.
CAIXA ZERO: Ataque a Bolsonaro é inadmissível – e qualquer relativização é bárbara
Influência no eleitor
Para Francischini, candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná, o atentado pode influenciar o eleitor. “Isso está influenciando e muito o eleitor a definir logo no primeiro turno para evitar que o pessoal do PT volte ao poder. É um fato, não é uma análise.”
O mote da campanha virou “Somos Todos Bolsonaro” desde a última semana. “O fato de ele ter sido alvo não ajuda em nada. É uma pessoa que está no hospital, mas criou um clima de comoção muito grande. É cedo para prever a influência disso, mas a pesquisa** mais recente já mostra ele com 30% das intenções de voto”, argumenta Francischini. A pesquisa encomendada pelo BTG Pactual e feita pelo Instituto FSB mostra Jair Bolsonaro na liderança com 30% das intenções de voto, contra 12% de Ciro Gomes (PDT).
SAIBA MAIS: Ataque a Bolsonaro fere democracia e expõe lado sombrio da disputa eleitoral
Investigações
Francischini disse que a Polícia Federal (PF) segue trabalhando com dois nomes suspeitos, além de Adélio Bispo. E que os requerimentos de quebra de sigilo telefônico e bancário foram deferidos pela Justiça. A investigação da PF é comandada por Rodrigo de Melo Teixeira, superintendente do órgão em Minas Gerais.
SAIBA MAIS: Quem é Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro
Metodologias
* Pesquisa realizada pelo Ibope de 1º a 4/set/2018 com 1204 entrevistados (Paraná). Contratada por: REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO. Registro no TRE: PR-04985/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%.
**Pesquisa realizada pelo BTG/FSB de 8/set a 9/ago/2018 com 2.000 entrevistados (Brasil, por telefone). Contratada por: BTG. Registro no TSE: BR-01522/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT