Duas das principais lideranças do PSDB no Paraná, o secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, afirmaram que o governador Beto Richa está propenso a terminar o mandato. Com isso, Richa abriria mão de se licenciar do Palácio Iguaçu para disputar uma das cadeiras do estado ao Senado. Segundo os tucanos, a intenção do governador é surfar no “bom momento” pelo qual o Paraná passa e “tocar obras” que ele considera importantes.
Os tucanos desmentiram as declarações do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que, em evento oficial realizado na terça-feira (2), em Curitiba, deu como certa uma aliança de seu grupo político com Richa. No cenário descrito pelo ministro, Richa se lançaria candidato ao Senado e apoiaria a candidatura da atual vice-governadora Cida Borghetti (PP) – esposa de Barros – ao governo do Paraná.
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Em entrevista à Gazeta do Povo, Rossoni disse que, após as declarações de Barros, consultou o governador sobre as negociações políticas e que Richa teria respondido que não houve qualquer definição quanto a alianças e candidaturas.
“O governador disse que em nenhum momento tratou disso com ninguém, nem de sua possível candidatura ao Senado, nem de possíveis acordos para governador. [Richa] disse que está propenso a permanecer no governo. O governo está num bom momento, temos mais investimentos para serem feitos no decorrer deste ano. Ele está eufórico em permanecer no governo, até porque ele é engenheiro, gosta de obras e vai viver este bom momento”, destacou.
Traiano também apontou que a tendência é de que Richa permaneça no Palácio Iguaçu, mas destacou que “ainda é prematuro” cravar qualquer decisão como definitiva. O deputado acrescenta que, na avaliação dele, o cenário é favorável à permanência de Richa no governo. “O governo vive um grande momento. Temos a melhor situação fiscal do país, com caixa muito bem servido. Portanto, imagino que o Beto, de acordo com a decisão que venha a tomar, possa fazer grandes investimentos no Paraná”, disse.
Aliança com Barros
Nos bastidores, dois grupos políticos principais disputam o apoio de Richa para as próximas eleições ao governo: a família Barros, que tem Cida Borghetti como vice-governadora; e Ratinho Jr. (PSD), que foi secretário de Desenvolvimento Urbano. Em relação ao fato de Barros ter sinalizado que houve um acerto para manutenção da “aliança”, os caciques tucanos consideram que o ministro foi “açodado” e rechaçaram que tenha havido entendimento.
“O governador deixou claro que em nenhum momento tratou desse assunto com ninguém. Essa questão da decisão de quem vamos apoiar será discutida no futuro, no momento oportuno, e com as pessoas que fazem parte da nossa base de apoio”, cravou Rossoni.
Traiano disse que o governador até tem se reunido individualmente com políticos para tratar do tema eleição, mas destacou que não houve nenhum acordo de grupo formalizado. “Não podemos atropelar o processo. Acho isso incoerente. Política se decide em grupo e nós, como grupo, ainda não temos nenhuma posição definida.”
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