A vice-governadora Cida Borghetti (PP) e o marido dela, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), garantiram que a eventual permanência do governador Beto Richa (PSDB) no Palácio Iguaçu até o fim do mandato “não muda nada” no processo de sucessão. Na semana passada, Barros havia traçado um cenário em que Richa se afastaria do governo até abril, para concorrer ao Senado. Com isso, Cida assumiria e, ao mesmo tempo, conduziria sua campanha para o governo. Líderes tucanos e o próprio governador, no entanto, apontaram que Richa está propenso a concluir o mandato.
“[O fato de Richa vir a permanecer no cargo até o fim do mandato] não muda nada. Porque é uma decisão que o governador vai tomar ainda até abril. Se ele decidir continuar [no governo], nós estaremos ao lado até 31 de dezembro de 2018, podendo mesmo assim disputar a eleição”, disse Cida, em evento de posse do novo diretor-técnico da Itaipu Binacional, nesta segunda-feira (8). “É claro que a posição dele é fundamental no processo eleitoral e, novamente, não muda nada no que traçamos”, acrescentou o ministro.
Mesmo com o cenário indefinido, a expectativa do casal Barros é obter o apoio de Richa. O ministro assegurou que tem conversado “permanentemente” com o governador e que estão “organizados no processo político”. Ainda que não venha a ser agraciado com o apoio de Richa, o casal deve manter a candidatura de Cida, confiando na “estatura política” do grupo político que dá sustentação ao ministro e à vice-governadora.
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“Olha, é um projeto de um grupo. É um projeto a favor do Paraná. Estamos caminhando para essa direção de manter o nosso nome para o governo do Paraná agora em 2018”, disse Cida. “Se ele decidir por outro caminho, nós manteremos a nossa postulação ao governo, que é natural pela estatura política que temos e vamos buscar os apoios necessários”, destacou Barros.
Expectativa é de que Richa se candidate ao Senado
O ministro, no entanto, continua apostando no quadro esboçado por ele na semana passada, em que previa que a candidatura de Cida conseguiria o aval de Richa. “A minha expectativa é de que ele [Richa] saia candidato ao Senado, que a vice-governadora assumirá o governo e concorrerá a eleição”, ressaltou. Caso Richa não se lance ao Senado, Barros aponta que se abriria um novo espaço, o que possibilitaria novas alianças para ocupar a vaga.
“Eu considero que o governador Beto Richa tem uma vaga garantida no Senado. Se ele não concorre, abre novas perspectivas de alianças para ocupação desse espaço. É com essa perspectiva de ocupação desse espaço que vamos avançar para consolidar o processo de sucessão”, afirmou o ministro.
Novo diretor-técnico quer modernizar Itaipu
O engenheiro eletricista Mauro Corbellini assumiu oficialmente a direção técnico-executiva da Itaipu Binacional. Ele já havia sido nomeado em 27 de dezembro, pelo presidente Michel Temer (PMDB). Em deu discurso, Corbellini destacou que, de cara, enfrentará o desafio de “promover a modernização da central hidrelétrica”.
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“Estamos numa fase que a Itaipu deve sofrer uma revisão no seu processo de produção [de energia]. Ela está hoje com quase 50 anos de trabalho e exige uma modernização. É isso que vamos fazer em Itaipu”, destacou.
Realizado em Curitiba, o evento contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, do deputado federal Alex Canziani (PTB) e do deputado estadual Schiavinato (PP), além da direção da Itaipu Binacional.