![Cida ganha a máquina, Ratinho sente o baque e Osmar fica na mesma Richa com Cida durante o anúncio de renúncia do tucano na segunda-feira (26). | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2018/03/845c888e2de83daee8209cfdb741bcb5-gpLarge.jpg)
A vice-governadora Cida Borghetti (PP) ficou com uma expressão solene ao lado de Beto Richa (PSDB) durante todo o pronunciamento em que o governador oficializava, na segunda-feira (26), a renúncia ao cargo a partir do dia 6 de abril. O semblante era de satisfação, mas não era de vitória – até porque o aliado político não disse, com todas as letras, que ela era a única que irá recomendar para substituí-lo no Palácio Iguaçu.
Apesar de não declarar apoio exclusivo, Beto Richa deixou mais clara a sua proximidade com a vice-governadora, a quem elogiou rasgadamente. Disse que ela representava a garantia de manter a estabilidade econômica que o governo havia conquistado e ressaltou que, em todos os anos de parceria, não houve um desentendimento sequer.
Por sua vez, Cida fez o discurso da continuidade, dizendo que não faria grandes mudanças no secretariado. Mais do que a promessa de exclusividade, a governadora pelos próximos nove meses ganha de presente a máquina pública, com a conveniência de administrar um orçamento bilionário, buscando reforçar a imagem para estender, por pelo menos mais quatro anos, a permanência no Palácio Iguaçu.
VÍDEO: Assista à análise sobre o reflexos da renúncia de Richa
Ao não prometer apoio exclusivo, Beto Richa evitou contrariar o até pouco tempo atrás secretário Ratinho Junior (PSD), que pleiteia o cargo de governador. Richa até elogiou o agora deputado estadual, mas não prometeu a imparcialidade esperada quando dois aliados estão em disputa.
Procurado pela reportagem, Ratinho Júnior preferiu não dar declarações. A assessoria de imprensa informou que ele está costurando alianças com vários partidos e que o momento é de avaliação do cenário.
ANÁLISE: O fato é que Ratinho sofreu derrota colossal e agora joga como “terceira via”
Dentre os principais pré-candidatos ao governo, quem falou abertamente sobre o impacto da saída de Beto Richa do governo foi Osmar Dias (PDT), dizendo que o panorama não muda. “Nunca pretendi ter o apoio do Beto. Vou fazer campanha mostrando que dá para fazer melhor”, declarou.
Osmar deixou claro que pretende colar em Cida e Ratinho a imagem de que ambos representam o governo. O pedetista destaca que a renúncia de Beto Richa era esperada, mas que não define o cenário eleitoral, que ainda depende das convenções partidárias, no começo do segundo semestre.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do senador Roberto Requião (PMDB), pré-candidato ao governo, mas não obteve retorno.
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