Dividida, oposição briga entre si em debate e ‘alivia’ herdeiros de Richa

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Pesquisa divulgada nesta semana mostrou Ratinho Junior (PSD) e Cida Borghetti (PP) muito à frente dos adversários na disputa pelo governo do Paraná. Diante dos números, era de se esperar que os candidatos da oposição, se não jogassem juntos no primeiro debate da campanha, ao menos centrassem fogo contra os dois herdeiros de Beto Richa (PSDB). Mas não foi o que se viu na TV Band, nesta quinta-feira (16). Sobrou para João Arruda (MDB) ter de se explicar sobre o governo altamente impopular do presidente Michel Temer (MDB).

Segundo levantamento do IRG Pesquisas, Ratinho tem 45% das intenções de voto e Cida aparece com 20,2%. Bastante atrás, figuram Arruda com 7,1%; Dr. Rosinha (PT) com 3,9%; e Professor Piva (PSol) com 2,2%. Numa campanha curta – o primeiro turno é daqui a apenas 50 dias −, a estratégia natural seria aglutinar forças para forçar um segundo turno. E, mais do que isso, garantir que lá esteja um nome de oposição aos oito anos de gestão Richa/Cida.

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Tudo seguia o script imaginado até a metade do terceiro dos cinco blocos do debate. Foi quando Piva pareceu levantar a bola para Arruda e perguntar das “maldades” de Cida e Ratinho como apoiadores do governo Richa, que aumentou as alíquotas do ICMS e IPVA e sacou recursos da Paranaprevidência. O emedebista aproveitou a deixa para criticar os dois líderes nas pesquisas, mas, na réplica, tomou uma traulitada. Ouviu que representa “o presidente golpista” e se posicionou a favor da reforma trabalhista e da emenda do teto de gastos públicos. Logo, se fizer o mesmo no Paraná, “vamos sentir saudades do Beto Richa”.

Imediatamente na sequência, foi a vez de Rosinha colocar Arruda como base de apoio a Temer em Brasília, tendo votado, inclusive, para livrar o presidente de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Um tanto surpreso com os ataques, o candidato do MDB ao governo do Paraná acusou os dois de estarem beneficiando uma ida de Cida e Ratinho ao segundo turno. E pediu que fizessem um debate inteligente “para devolver aos paranaenses o que eles mais precisam”. “O debate é aqui no Paraná. Estamos sofrendo muito, o diagnóstico tem que ser aqui. O caminho não é um debate ideológico, ou vamos deixar o Paraná nas mãos dessa turma que está aí”, pediu Arruda.

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Ao fim do debate, o emedebista minimizou o episódio e disse que as cobranças são “até boas”, para que ele possa esclarecer o assunto aos eleitores. Já Rosinha seguiu duro nos ataques ao adversário. “O João Arruda só tem ações de direita no Congresso, protegendo toda a política do Temer, de destruição do Estado. Aqui no Paraná, se tem alguém que é candidato de oposição ao governo é o PT, que tem chance de ir ao segundo turno.” O petista ainda destacou ainda os 78,6% do eleitorado que dizem não saber em quem votar. “O porcentual de cada candidato é de um universo muito pequeno de eleitores e isso pode mudar ao longo da campanha”, projetou.

Metodologia: O IRG Pesquisas ouviu 1.250 eleitores, em 75 cidades paranaenses, entre os dias 9 e 14 de agosto. O grau de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número PR-09806/2018. A margem de erro é de 2,8% para mais ou para menos.