Os candidatos que não vão disputar o segundo turno ainda têm até 6 de novembro – 30 dias após as eleições – para prestar contas das respectivas campanhas à Justiça Eleitoral. Ainda assim, as informações parciais apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até agora trazem algumas particularidades curiosas. Entre os concorrentes ao governo do Paraná, por exemplo, Ratinho Junior (PSD) foi o que mais gastou, mas a família teve que injetar muito dinheiro na campanha. Já no PT, Dr. Rosinha teve menos recursos que candidatos a deputado federal.
A campanha de Ratinho Junior arrecadou R$ 8,4 milhões. Destes, apenas R$ 3,1 milhões provieram do diretório estadual do partido. Em contrapartida, o candidato e sua família tiraram dinheiro do bolso – mais de R$ 3 milhões, no total – para bancar os gastos eleitorais. O próprio Ratinho Junior depositou R$ 1 milhão para a própria campanha, enquanto o pai, o apresentador Ratinho, injetou mais de R$ 1,5 milhão. O candidato do PSD foi eleito em primeiro turno.
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Já Cida Borghetti (PP) – que ficou em segundo lugar – foi privilegiada pelo partido. A candidata teve à disposição R$ 7,5 milhões, dos quais mais de R$ 7 milhões foram destinados pelo diretório nacional do PP, via Fundo Eleitoral. Detalhe: o tesoureiro do partido – e quem determina a divisão dos recursos – é o deputado federal Ricardo Barros, marido de Cida (conforme já mostrou o colunista João Frey, da Gazeta do Povo).
Candidato à reeleição na Câmara Federal, Barros também recebeu um bom aporte do Fundo Eleitoral do PP: R$ 1,4 milhões (o teto de gastos para deputado federal é de R$ 2,5 milhões). A filha de Barros, a deputada estadual Maria Victoria foi agraciada com R$ 672 mil do partido (a campanha poderia gastar até R$ 1 milhão).
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O PT, por sua vez, desprestigiou a candidatura de Dr. Rosinha ao governo do Paraná, ao menos no que diz respeito a recursos financeiros. O partido destinou R$ 665 mil ao candidato, via Fundo Eleitoral. O dinheiro é menos da metade do que o PT direcionou à campanha de Gleisi Lula, que recebeu R$ 1,3 milhão do fundo e foi eleita deputada federal. Outros candidatos eleitos à Câmara Federal, Zeca Dirceu e Ênio Verri, também foram contemplados com mais recursos que Rosinha: quase R$ 900 mil, cada um.
Outro caso particular é o de Jorge Bernardi (Rede), que concorreu ao governo do Paraná. A campanha dele teve R$ 121,2 mil em recursos. A maior parte – R$ 84,5 mil – foi bancada pelo próprio candidato. Bernardi recorreu ao financiamento coletivo, por meio do qual arrecadou R$ 1,3 mil. Do partido provieram míseros R$ 416.
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No Senado
Entre os candidatos ao Senado, quem teve mais recursos foi o Professor Oriovisto Guimarães (Pode), que acabou eleito com a maior votação. A campanha do candidato arrecadou R$ 2,9 milhões. A maior parte deste montante – R$ 2,8 milhões – foram colocados na corrida eleitoral pelo próprio Oriovisto. O professor, que é um dos fundadores do Grupo Positivo, declarou patrimônio de quase R$ 240 milhões.
Outro eleito ao Senado, Flavio Arns (Rede) teve campanha bem mais modesta, com R$ 294,6 mil arrecadados. O candidato arrecadou R$ 7,3 mil via financiamento coletivo, enquanto o partido destinou R$ 140 mil aos gastos eleitorais de Arns. Outros concorrentes de peso, mas que não foram eleitos, como Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (MDB) e Mirian Gonçalves (PT) tiveram arrecadações em torno de R$ 2 milhões, cada.
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Bom de vaquinha
O deputado estadual reeleito Alexandre Curi (PSB) foi um dos que mais arrecadou via financiamento coletivo. A vaquinha do parlamentar rendeu R$ 122,5 mil, doados espontaneamente por várias pessoas. Entre as doações de pessoas físicas, também aparecem muitos familiares do candidato, como o pai, Aníbal Khury Junior (que doou R$ 100 mil), a mãe, Jandira Khury (que repassou R$ 3,5 mil), e o irmão Rodrigo Khury (que ajudou com R$ 90 mil).
Outra curiosidade é que o candidato eleito ao Senado, Oriovisto Guimarães, depositou R$ 30 mil para a campanha de Alexandre Curi.
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