Eleito governador do Paraná com margem de sobra no primeiro turno, Ratinho Junior (PSD) decidiu manter os nomes de seu secretariado em segredo por mais um tempo. Mas a composição da base de apoio política e técnica da campanha do futuro mandatário pode jogar luz sobre a equipe que o ajudará a comandar o Palácio Iguaçu a partir do próximo ano.
Na segunda-feira (8), Ratinho Jr. afirmou em entrevista ao Meio-Dia Paraná, da RPC, que ainda não tem a versão definitiva da lista de seus futuros secretários e auxiliares. Sobre a Secretaria da Fazenda – uma das pastas mais estratégicas do governo – o futuro governador disse que precisa definir quem vai dirigi-la. “Tem alguns nomes que a gente ensaia. Alguns do Paraná e outro de fora, mas prefiro aguardar”, declarou.
Ratinho Jr. adiantou ainda que levará em conta a capacidade técnica de cada um dos possíveis nomes antes de incluí-los no corpo final da equipe, principalmente nas indicações para as estatais. Em secretarias, acrescentou, será preciso equiparar talento técnico com talento político.
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Na base estrutural do plano de governo que ajudou a projetar as propostas de Ratinho Jr. está Reinhold Stephanes, o personagem da política paranaense que mais vezes foi ministro e secretário de Estado. Na esfera federal passou por governos que vão da ditadura militar ao ex-presidente Lula, à frente de ministérios como Agricultura e do Trabalho e Previdência Social. No Paraná, trabalhou com os ex-governadores Roberto Requião e Beto Richa, adversários políticos.
Ex-aliado do ex-governador Beto Richa (PSDB) enquanto esse ainda era prefeito de Curitiba, Norberto Ortigara atuou como coordenador político da campanha de Ratinho Jr. Foi secretário municipal de Abastecimento e depois, com a eleição de Richa para o governo do estado, assumiu a Secretaria da Agricultura, da qual era funcionário de carreira desde 1978. Em abril deste ano se filiou ao PSD, partido de Ratinho, e foi cogitado para ser vice, vaga que ficou com Darci Piana.
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No mesmo “pelotão”, outros nomes ajudaram na caminhada de Ratinho, entre eles figurinhas carimbadas como Rubens Bueno (PPS) e Ademar Traiano (PSDB), que não embarcou na candidatura de Cida Borghetti (PP), apesar de seu partido integrar a coligação da atual governadora. Traiano, que foi reeleito deputado estadual nesse domingo, é o atual presidente da Assembleia Legislativa e foi citado nas operações Lava Jato , da Polícia Federal, e Quadro Negro , em âmbito estadual.
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Articulação política e técnica
Algumas lideranças políticas do interior ajudaram a costurar a campanha de Ratinho – e não é de agora. Alexandre Kireeff, ex-prefeito de Londrina, é filiado do Podemos e se integrou ao time do futuro governador, assim como Leonaldo Paranhos (PSC), prefeito Cascavel, e o pedetista Ulisses Maia, prefeito de Maringá.
O corpo técnico que atuou na campanha de Ratinho, e que pode continuar junto ao candidato, também traz nomes conhecidos.
Um dos nomes é do especialista em política agrícola e professor universitário Eugenio Stefanelo, que já foi presidente nacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná. Além disso, hoje ele apresenta o programa diário “Negócios da Terra” na Rede Massa (SBT do Paraná), de propriedade da família de Ratinho Junior, e no SBT de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
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Numa possível aproximação com a Companhia Paranaense de Energia (Copel) está o engenheiro eletricista Franklin Miguel, que trabalhou por mais de 20 anos na Copel, passando por cargos de gerente, superintendente, assessor, diretor-adjunto e diretor presidente. Outro nome é o de Antonio José Correia Ribas, ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que precisará ter sua imagem fortalecida depois de ter o nome envolvido nos esquemas de desvios no sistema de pedágio do estado.
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