O pré-candidato do PT ao governo do Paraná, Doutor Rosinha.| Foto: Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo

Recém declarado pré-candidato do PT ao governo do Paraná, o ex-deputado federal Doutor Rosinha afirmou, durante sabatina a jornalistas da Gazeta do Povo nesta terça-feira (12), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo deixado de fora do processo eleitoral para derrotar o partido nas urnas em outubro. Lula está preso em Curitiba e sua candidatura à Presidência está sob dúvida, embora seja considerada como certa pelo PT.

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Em uma defesa enfática, Rosinha disse que o ex-presidente é inocente e que sua condenação na Lava Jato foi política. Ao elencar as prioridades do partido, disse que eleger Lula é a número um, seguida pela reeleição dos atuais governadores, a conquista de mais governos estaduais e a eleição de uma bancada federal maior. Ele se mostrou otimista com o desempenho eleitoral do partido, que foi atingido fortemente por operações que investigam corrupção e teve seu número de prefeitos reduzido a menos da metade em 2016. No Paraná, o PT caiu de 43 para apenas dez prefeituras.

Assista à íntegra da sabatina

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Ainda em defesa de Lula, Rosinha afirmou que o ex-presidente é o único político capaz de “pacificar o Brasil”. “Se não for o Lula, não terá pacificação do Brasil. Escreva o que eu estou dizendo”, disse o ex-deputado. Em linha com o discurso do partido, afirmou que não há “plano B” para a disputa da Presidência e que a candidatura de Lula será registrada, ficado a cargo de uma “justiça parcial” declará-la válida ou não.

Rosinha disse que há plenas condições de passar ao segundo turno e rejeita que sua candidatura seja um “sacrifício”. A candidata do PT nas eleições de 2014 no Paraná, senadora Gleisi Hoffmann, ficou em terceiro, com 14,87% dos votos. Ele afirmou que o financiamento de campanha será facilitado pelo fundo eleitoral, criado pelo Congresso para minimizar os problemas de financiamento dos partidos por causa da proibição das doações empresariais. Explicou ainda que o partido deve buscar força para a disputa no apoio de sindicatos e movimentos sociais, além de seu público “cativo”, que teria sido beneficiado por avanços obtidos no governo Lula.

Rosinha explicou ainda que sua decisão de assumir o status de candidato foi mais lenta que a dos demais por causa da indefinição de Roberto Requião (PMDB). Como ele não deve sair ao governo, foi possível que o petista assumisse sua pré-candidatura. Caso contrário, haveria a possibilidade de uma aliança.

ARQUIVO:Clique e confira as sabatinas com os demais pré-candidatos

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Mais Estado e aumento a servidores

De forma geral, Rosinha criticou o governo Beto Richa (PSDB), que administrou o Paraná nos últimos sete anos, se afastando para disputar o Senado e sendo sucedido pela vice, Cida Borghetti (PP).

Sobre o reajuste salarial para servidores públicos, que está represado desde 2016, o pré-candidato do PT afirmou que uma análise de sua equipe de campanha mostra que há espaço para recompor toda a inflação acumulada no período e ainda pagar progressões e promoções estabelecidas em lei.

Rosinha defendeu a não renovação dos atuais contratos de pedágio do Anel de Integração e disse que faria uma empresa estatal para administrar as estradas, com tarifas “muito mais baixas” que as atuais. Nesses termos, disse ainda que não privatizaria nenhum setor do governo, além de buscar trazer de volta às mãos do Executivo o que porventura hoje está sob controle da iniciativa privada. Disse que o que foi vendido da Sanepar seria recomprado e que a Compagás, um dos alvos para venda, seria estruturada e fortalecida, para se tornar uma empresa lucrativa.

Na área de saúde, defendeu uma descentralização de fato do serviço, com mais especialidades sendo atendidas nos municípios menores. Em segurança, disse que é necessário extirpar os corruptos da polícia, além de recompor os quadros de pessoal. “Hoje há mais delegacias do que delegados.” Ele cita ainda aumentar o número de crimes investigados, para acabar com a impunidade.

Em educação, cutucou Richa dizendo que o primeiro passo é “não bater em professor”, em referência ao episódio conhecido como “Batalha do Centro Cívico”. Também mencionou a recomposição do quadro de docentes das universidades estaduais, bem como o respeito à autonomia das instituições.

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Sobre previdência estadual, que foi recentemente reformada pela administração estadual, com aval da Assembleia, Rosinha disse que as mudanças, não só de Richa como de Requião, foram malfeitas. Afirmou que as alterações levaram em conta apenas a opinião dos especialistas da área e não os afetados, que são os servidores.

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