Requião em 2002, após eleito governador do Paraná| Foto: Rodolfo Buhrer/ Gazeta do Povo/ Arquivo

Trilha sonora oficial das campanhas de Roberto Requião (PMDB), “Me chama que eu vou” é um daqueles jingles “chicletes” que se você ouve pela manhã provavelmente só irá parar de cantarolar na hora de dormir. A música acompanha a carreira política do peemedebista desde 2002 – de lá para cá, são cinco disputas embaladas pela letra, que já rendeu até mesmo um vídeo cômico no Youtube feito pelo programa editor do jogo eletrônico GTA.

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Nas campanhas em que foi usado, inclusive agora com Requião tentando se reeleger senador, o jingle manteve sua essência com o tradicional “Me chama que eu vou, Requião. Eu vou, meu irmão”. Desde então, a letra sofreu apenas alguns ajustes pontuais (ora voltada para a disputa ao governo, ora para o Senado), mas não é deixada de lado porque virou uma espécie de amuleto do político.

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“Quando ela foi criada, em 2002, nós estávamos numa campanha com números menores que nosso oponente, Alvaro Dias, e os primeiros programas não estavam dando o resultado que esperávamos. E quando fizemos essa música, a exibimos 11 vezes no primeiro dia. Outro dia, em viagem pelo interior, a gente viu que as pessoas já estavam cantando direto o slogan”, relembra o publicitário das campanhas do peemedebista, Airton Pissetti.

Naquele ano, Requião superou Alvaro Dias no segundo turno e foi eleito governador do Paraná, feito que viria a se repetir em 2006. E o jingle veio junto. Conforme Pissetti, a música “Me chama que eu vou”, além de evocar uma identificação forte do eleitor, também ajuda a equilibrar a imagem “pesada” do peemedebista.

“As campanhas políticas não são tão sedutoras por causa da própria política, então você tem que pensar como impactar no público-alvo para conseguir o resultado que você espera. E esse foi um resultado imediato. É que o Requião não é de fazer esse marketing todo, pegar criancinha no colo, e isso cria para ele algumas barreiras. E essa música, ao contrário, suaviza essas barreiras”, acrescenta o publicitário.

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A letra

A letra de um dos jingles políticos mais famosos do Paraná foi escrita por um dos personagens mais ilustres de Curitiba, o escritor Jamil Snege. Publicitário de destaque, foi ele quem encarou o desafio de pensar numa música que aproximasse o eleitor da imagem de Requião, que àquela altura, em 2002, via minguarem suas chances de chegar ao governo do Paraná. Ao lado dele, estava o músico e radialista Paulo Chaves [falecido em 2013] – que depois recebeu um convite para a direção da Rádio Paraná Educativa coma eleição de Requião.

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“Eu não influenciei em nada. A música foi ideia do Jamil e produzida pelo Paulo. E foi um sucesso”, diz o próprio candidato Roberto Requião.

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Para a campanha ao governo de 2014, que perdeu para seu concorrente mais crítico, Beto Richa (PSDB), Requião chegou a experimentar um jingle diferente, baseado no meme do “Taca-lhe pau, Marco veio”. Mas o sucesso não foi tão grande. Tanto que nesta campanha ainda não veio à tona. E nem deve vir. “Esse [’Me chama que eu vou’] é um jingle que permanece vivo. Ele virou minha assinatura política. E assinatura política você não muda”, completa o candidato.