A partir dos anos 2000, até seis vereadores da Câmara de Curitiba já chegaram a ser eleitos deputados estaduais. De 2006 para cá, entretanto, os resultados foram minguando: em 2014, ninguém foi eleito e, no pleito de 2018, apenas um dos parlamentares da capital que disputou outro cargo teve sucesso. O escolhido nas urnas foi Goura (PDT), que obteve 37.366 votos e assume, a partir de primeiro de janeiro, uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Outros 15 vereadores disputaram a eleição para deputado estadual, e mais dois tentaram uma cadeira na Câmara Federal.
O resultado positivo de Goura se deve, em grande parte, aos votos que ele obteve na capital. O parlamentar foi a escolha de 27.490 eleitores de Curitiba, o que equivale a 73,5% da votação obtida por ele. Duas zonas eleitorais foram as campeãs de votos para o vereador: a que abrange a região do Água Verde, do Centro e do Alto da XV; e a que compreende os bairros Pilarzinho, Centro Cívico, Vista Alegre e Mercês.
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De saída
Enquanto não deixa a Câmara municipal, Goura diz que pretende colocar em votação projetos que apresentou ao longo do mandato e que considera importantes, como o Estatuto do Pedestre e a proposta que desobriga bares e restaurantes a possuírem vagas de estacionamento para que possam obter o alvará junto à prefeitura. O último foi apresentado por ele junto com os vereadores Helio Wirbiski (PPS) e Professor Silberto (MDB).
Na Alep, o parlamentar afirma que terá como foco da sua atuação questões ambientais, políticas para Curitiba e Região Metropolitana e a fiscalização do Poder Executivo. “Na minha visão, todos os deputados e vereadores devem ter um papel de independência e fiscalização, sem abrir mão dessa prerrogativa para negociar cargos ou apoios”, diz Goura.
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Pelo histórico na Câmara de Curitiba, é provável que ele acabe em enfrentamentos com a bancada eleita na esteira de Fernando Francischini (PSL), que foi o deputado estadual mais votado em 2018, com 427.749 votos. “Eles defendem posições que, no meu entendimento, são retrógradas e reforçam o discurso da violência. Precisamos de políticas públicas inclusivas, com a desmilitarização da segurança pública e o respeito aos policiais”, defende.
Quem assume a vaga de Goura na Câmara de Curitiba é Jonny Stica, que já foi vereador da capital por dois mandatos.
Desempenho não foi suficiente
Entre os demais vereadores que concorreram a deputado estadual, Pier Petruzziello (PTB) foi o segundo parlamentar da Câmara mais votado na capital, com 20.167 votos. No total, o líder do prefeito Rafael Greca (PMN) no Legislativo municipal foi a escolha de 31.158 eleitores – número superior ao conquistado pelo último candidato a conseguir uma vaga na Assembleia, Subtenente Everton (PSL), que teve 13.047 votos.
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O resultado se explica pelo modo como os vencedores são definidos nas eleições para deputado. Nesse caso, o sistema é proporcional – e, por isso, o número de votos que a coligação ou o partido como um todo recebeu define a quantidade de cadeiras que serão ocupadas pelas agremiações. No caso do PSL, a votação de Francischini acabou puxando mais sete candidatos para dentro da Alep.
Outros vereadores que tiveram votação superior à do Subtenente Everton (PSL) foram Professor Euler (PSD); Cristiano Santos (PV); Felipe Braga Côrtes (PSD); Sabino Picolo (DEM); e Marcos Vieira (PDT). Apenas dois parlamentares da Câmara concorreram a deputado federal: Professora Josete (PT), que teve 19.018 votos; e Professor Silberto (MDB), que foi a escolha de 7.280 eleitores.
Veja os detalhes no infográfico abaixo:
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