Rosinha nada quase dois quilômetros por aula .| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A piscina é pequena – apenas quatro raias são compartilhadas pelos alunos da escola de natação no bairro Portão, em Curitiba. À beira d’água, brinquedos coloridos aguardam a aula das crianças, que começa só mais tarde, em uma piscina menor. O contraste é curioso: em meio aos demais alunos, a escorregadores e bolas coloridas, Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha (PT), deixa de lado a pose de candidato ao governo do Paraná e se exercita nas primeiras horas da manhã.

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O petista frequenta a piscina três vezes por semana, sempre às 7h30. No dia em que a reportagem acompanhou a rotina de exercícios, Rosinha não foi nada mal: nadou razoáveis 1.800 metros em uma hora. Durante a aula, nada de conversa. “Eu preciso me exercitar, então não adianta ficar parado. Só paro quando canso”, conta.

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Médico, ele faz jus à profissão e dá o exemplo: se mexe para evitar problemas de saúde. Quando não se exercita, Rosinha – que tem 67 anos – acaba com dores nas costas e, além disso, fica com o colesterol alto. As dores podem ter origem em um passado distante. Na infância, nos anos 1960, ele trabalhou como lavrador, colhendo café com a família em Rolândia, no Norte do estado.

O petista depois de uma das aulas: foco para manter o vigor físico. 

As consequências do passado de trabalho pesado reapareceram nas três semanas que antecederam a visita da reportagem à aula do candidato. No período, o petista não pôde frequentar a piscina por conta dos compromissos de pré-campanha no interior do estado – e acabou sentindo nas costas os efeitos dos dias de sedentarismo.

A professora da escola, porém, afirma que, mesmo com os compromissos, ele é bom aluno. “Rosinha é obediente. Adaptamos os exercícios por conta dos problemas que ele tem na coluna”, diz Mariluci Breda, que comanda as aulas do petista há cerca de dois anos.

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Por conta dos problemas físicos, nadar no estilo borboleta, nem pensar. Ele não elege um preferido entre os demais estilos. “Depende do dia e da dor nas costas”, brinca.

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Rotina alterada

Antes de retomar as aulas, há dois anos, Rosinha já havia praticado natação por 15 anos. Os exercícios conviveram com o trabalho do candidato no serviço público. O petista já foi vereador em Curitiba, deputado estadual e federal. Além disso, foi representante do governo no Parlamento do Mercosul ao longo da gestão de Dilma Rousseff (PT).

Antes de disputar as eleições, durante os anos 1980, o petista atuou como médico pediatra no sistema público. Foi nesse tempo que Florisvaldo acabou se tornando Dr. Rosinha.

“Comprei camisetas brancas e tingi de cor-de-rosa para ir trabalhar, porque pensei que essa cor escondia mais a sujeira. Ledo engano: tinha que lavar as roupas todo dia. Por causa disso, as funcionárias do hospital e as mães dos pacientes começaram a me chamar Dr. Rosinha. Aí não tinha mais jeito, consolidou o apelido”, explicou o candidato em um dos seus vídeos de campanha.

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Entre 1999 e 2015, já como o Dr. Rosinha da política, o médico teve que mudar a rotina e deixar as piscinas. Tudo por conta do trabalho como deputado federal em Brasília. Mas, mesmo sem tempo para nadar, o petista não deixou os exercícios de lado. Nessa época, a alternativa foi a caminhada – de preferência pela manhã, em jejum. Aos finais de semana, ele ainda caminha no bairro Vila Izabel, onde mora. “Nos parques, é impossível. Muito cheio”, reclama, um tanto ranzinza.

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Nas últimas semanas, a tendência foi tornar as caminhadas mais frequentes por conta de novas mudanças no cotidiano. A touca e os óculos azuis que o acompanham nas aulas acabaram deixados de lado pelos compromissos políticos. Findas as eleições, quando tudo se acalmar – independentemente do resultado –, o retorno às aulas pode trazer novos acessórios. “Quem sabe agora eu procuro uma touca vermelha, com uma estrela do PT”, brinca.