De passagem por Curitiba, Haddad almoçou pão com mortadela na casa de Requião.| Foto: Eduardo Matysiak/Twitter Requião

O registro partidário do senador Roberto Requião na Justiça Eleitoral traz o nome do “MDB velho de guerra”. Não é equivocado dizer, porém, que hoje ele é mais petista do que muitos filiados ao PT há anos. Contrário ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e fervoroso crítico da prisão do ex-presidente Lula, o emedebista ignora até mesmo a aversão que o eleitor paranaense costuma ter ao petismo. Ao contrário, faz piada e, inclusive, cumpriu a promessa de receber em casa o candidato a vice de Lula, Fernando Haddad, e serviu a ele pão com mortadela, nesta quinta-feira (30).

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Não é difícil encontrar exemplos do alto grau de proximidade de Requião com o PT. A começar pelo voto “não” à queda de Dilma, mesmo tendo atacado duramente a política econômica do governo dela. “Minha posição é contra a besteira, a monumental asneira que é o impeachment neste momento. É evidente que esse crime de responsabilidade não ocorreu”, discursou da tribuna do Senado, na votação que afastou a petista do cargo.

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Na sequência, ignorando o fato de ser do mesmo partido de Michel Temer, de quem sempre se disse amigo, Requião tornou-se um dos maiores opositores às decisões tomadas pelo novo presidente da República. E, na mesma proporção em que criticava o MDB, aproximava-se mais e mais de Lula. Chegou a ser cotado para a vice na chapa do petista à Presidência. Além disso, recebeu mais de um convite para se filiar ao PT.

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O derradeiro, por sinal, foi nos momentos que antecederam a prisão do ex-presidente. Requião esteve ao lado de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, para prestar solidariedade. Na ocasião, o convite de filiação foi reforçado pela senadora paranaense Gleisi Hoffmann, presidente nacional da sigla.

Apesar de ter recusado a proposta, o emedebista tem até um espaço reservado no site do PT com notícias a seu respeito. E, enquanto é festejado por petistas por onde anda país afora, o senador Humberto Costa (PT-PE), por exemplo, foi vaiado e chamado de golpista no estado nordestino por trabalhar em prol de uma aliança com o PSB na disputa ao governo local, em detrimento de uma candidatura própria da legenda.

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DESEJOS PARA O PARANÁ: diálogo e governabilidade

E engana-se quem imaginava que se aliar a um histórico “patinho feito” nas eleições paranaenses, como é o PT, custaria capital político a Requião. Segundo a mais recente pesquisa Ibope*, divulgada na semana passada, o emedebista lidera a corrida por uma das duas cadeiras ao Senado, com 40% das intenções de voto. “Eu quero derrotar a barbárie”, afirmou em debate nesta quarta-feira (29), na Gazeta do Povo, em referência ao ajuste econômico promovido por Temer, como a reforma trabalhista e a emenda que determina controle do teto dos gastos públicos.

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*Metodologia: Pesquisa realizada pelo Ibope de 16/ago a 22/ago/2018 com 1008 entrevistados (Paraná). Contratada por: REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO. Registro no TSE: PR-04869/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por duas representações eleitorais, ajuizadas por interessados diversos, segundo os quais a pesquisa não atendeu aos requisitos previstos na Resolução n. 23.459/TSE, especialmente quanto à insuficiente estratificação para o nível econômico dos eleitores respondentes.

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