Tanto no debate da TV Bandeirantes, realizado na última quinta-feira (16), quanto no promovido pela Gazeta do Povo nesta terça-feira (21), Dr. Rosinha (PT) mencionou o desempenho do Paraná na área da saúde. O candidato petista ao Executivo estadual afirmou que, entre os três estados do Sul, o Paraná é o que possui os piores índices de mortalidade materna e infantil. A reportagem buscou os dados do Ministério da Saúde (MS) para checar a afirmação e concluiu que Rosinha está certo. A Secretaria de Saúde do Paraná, porém, afirma que as informações estão desatualizadas (veja abaixo).
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O pior resultado está no índice de mortalidade materna. Em 2016 – último ano que tem dados consolidados pelo MS –, foram 50,3 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos no Paraná. O Rio Grande do Sul teve índice de 46, enquanto Santa Catarina obteve o melhor desempenho da região, com taxa de 31,5 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos.Os dados da série histórica estão no infográfico abaixo.
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Com relação à mortalidade infantil as taxas não são tão discrepantes: o Paraná teve 10,5 óbitos a cada mil nascidos em 2016, contra 10,2 do Rio Grande do Sul e 8,8 de Santa Catarina. Nesse indicador, porém, o estado vem melhorando nos últimos 26 anos, como mostrou a reportagem da Gazeta do Povo em julho.
Em 1996, o estado registrava 35,1 óbitos a cada mil nascidos. Agora, ficou abaixo da taxa nacional, de 14,9. No Brasil todo, porém, 2016 não trouxe boas notícias: após 26 anos a taxa aumentou pela primeira vez em 2016. O MS atribui a piora ao impacto da epidemia do vírus da zika e às mudanças socioeconômicas. Leia mais sobre o assunto aqui.
Estado questiona
A Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), em nota, questionou a reportagem por considerar que os dados utilizados estão desatualizados. De acordo com dados fornecidos pela pasta, em 2017 o índice de mortalidade infantil em 2017 foi de 10,3 óbitos a cada mil nascidos vivos. Já o de mortalidade materna foi de 31,8 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, segundo a Sesa. A Gazeta do Povo entrou em contato com as secretarias de Saúde de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para obter os dados das pastas, mas ainda não obteve retorno.
Por outro lado, o MS esclareceu à reportagem que os últimos dados disponíveis são de 2016 porque a pasta realiza uma checagem das informações após o envio pelas secretarias estaduais. Assim, os dados são cruzados com bases do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) antes da divulgação. De acordo com o MS, a checagem é necessária porque muitas vezes os boletins de óbito não são preenchidos corretamente.
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