Anticlímax. A expressão resume a convenção do PDT, realizada na tarde deste sábado (4), em Curitiba. Depois de ter se colocado como candidato ao governo do estado já no final de 2016, o ex-senador Osmar Dias desistiu da disputa nesta sexta-feira (3). Chamado para apagar o incêndio, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, atribuiu a desistência à aliança presidencial do senador Alvaro Dias (Podemos), irmão de Osmar, com o PSC, que no Paraná está alinhado com Ratinho Jr. (PSD). Agora, a tendência é que o ex-deputado federal Nelton Friedrich seja o candidato pedetista ao Executivo estadual.
Já isolado em termos de apoios – contava apenas com o Solidariedade −, Osmar não contava com a aproximação de Alvaro com o principal adversário dele na briga pelo governo do estado. “Para nossa surpresa e profunda tristeza, infelizmente uma pressão muito forte do irmão, candidato a presidente, tirou as possibilidades de alianças para o Osmar. E essa aliança do irmão com o PSC significava também apoio à candidatura do PSC [e do Ratinho]”, afirmou.
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Segundo Lupi, o partido tentou convencer Osmar a manter a candidatura, mas não teve sucesso. “Isso deu um abalo profundo e real no Osmar, e ele desistiu. Não gostaríamos disso às vésperas da convenção, porque é uma situação muito difícil de enfrentar. Mas é uma decisão pessoal e irrevogável, e não temos muito o que fazer. Ninguém pode ser candidato obrigado. Em nome do PDT, queremos pedir desculpas ao povo do Paraná, mas não está na nossa esfera de poder mudar essa situação familiar de profundo constrangimento.”
Novo quadro
Diante do cenário inesperado, o PDT agora corre contra o tempo para garantir um palanque no estado ao ex-ministro Ciro Gomes, que disputará a Presidência da República. A decisão será tomada até este domingo (5) pela Executiva Estadual da legenda. A tendência é que Nelton Friedrich seja o escolhido. “Saia candidato a governador para ajudar o povo do Paraná. Eu sei que é difícil, que não estava no seu projeto, que você não se preparou para isso”, pediu Lupi.
Ex-diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu e ex-deputado federal, Friedrich se filiou ao PDT em abril deste ano. Era um dos coordenadores da campanha de Osmar e, a princípio, disputaria uma vaga na Câmara dos Deputados. “É uma missão. E missão a gente recebe e busca cumprir da melhor maneira possível. É salutar que tenhamos uma consistente presença oposicionista, para que venhamos a conseguir os dois turnos. Vamos decidir nas próximas horas”, declarou.
Ao Senado, a expectativa é que o PDT dê apoio ao senador Roberto Requião (MDB).
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